Darwin Deez e a beleza da simplicidade

Fotos: Fernando Halal (http://www.flickr.com/photos/fernandohalal)

Com suas músicas "grudentas", Darwin Deez botou o público pra dançar

No Brasil, o nome Darwin Deez pouco representa para a grande maioria das pessoas. Na verdade, somente a imprensa alternativa e aqueles que fazem questão de se inteirar de tudo o que está acontecendo no cenário musical é que já ouviram falar no rapaz. Sobre isso, só há uma coisa a dizer: azar da maioria.

Para a sorte dos gaúchos, uma ousada iniciativa da produtora e casa noturna Beco203 tornou possível a apresentação do cantor norte-americano e sua banda em Porto Alegre – ele também tocou na filial paulista do Beco e no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Na capital gaúcha, o show não lotou, mas teve um bom público, dividido entre os habitués mais antenados da casa e alguns poucos curiosos. De qualquer forma, quem tomou coragem de encarar a fria noite do dia 30 de junho para ver qual era a do sujeito não se arrependeu.

Darwin Smith (o verdadeiro nome dele) e sua banda subiram ao palco ao som da trilha de Star Trek. Apenas uma das várias viagens do cara,  a quem os cabelos encaracolados eternamente adornados por uma faixa e o bigode “vintage” dão um visual meio riponga.

Coreografias da banda para sucessos de outros artistas divertiram a plateia

A despeito disso, o som de Darwin Deez está longe de ser retrô. Alguns chamam de indie folk, mas o termo não é lá muito apropriado para defini-lo. As guitarras grudentas e o ritmo dançante, bem marcado na bateria, são perfeitos para as pistas de dança, embora nem sempre o tom das letras combine com festa.

“Up in the Clouds”, um dos singles do álbum de estreia, de 2010, foi uma escolha acertada para começar. Era perceptível nas expressões dos quatro músicos que eles amam estar no palco, e isso se refletiu nas reações da plateia, bastante efusivas.

O repertório é acanhado, já que Darwin conta com apenas um disco. Mas e daí? Provavelmente tinha gente no Beco que estava conhecendo o cara naquele momento e vibrando igualmente com “My DNA”, “Deep Sea Divers” ou “Bed Space”, então não faz lá muita diferença quantos hits havia no set list. A comunhão entre banda e público era tão grande que um repertório mais longo ou recheado de sucessos simplesmente não se fez necessário.

Duas das músicas mais conhecidas, “Radar Detector” e “Constellations”, encerraram o show. Mas alguns dos momentos mais divertidos nem foram músicas, e sim as “famosas” dancinhas em que todos largam os instrumentos e começam a fazer coreografias com trechos de sucessos de outros artistas – de Enya a Rage Against the Machine, passando por Spice Girls e Willow Smith –, assim como quando Darwin desce do palco e dá uma de rapper no meio da galera.

Em suma, um show curto, simples e cativante, assim como as músicas de Darwin Deez. Precisava mais?

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