Bidê ou Balde e Tequila Baby: dois clássicos do rock gaúcho reunidos

 Fotos: Fernando Halal

Um dos projetos musicais mais bacanas surgidos recentemente, o Discografia Rock Gaúcho já proporcionou a muita gente a possibilidade de ver bandas que não estão mais na ativa – como De Falla e Graforréia Xilarmônica – tocando álbuns clássicos de cabo a rabo. Nesta quinta-feira, 29 de setembro, porém, as atrações foram dois grupos que não encerraram as atividades: Bidê ou Balde e Tequila Baby. Ambas bandas nascidas em meados dos anos 90, elas executaram seus discos de estreia em um Opinião praticamente lotado. As apresentações marcaram o aniversário de um ano do projeto.

Vivi, vocalista e tecladista da Bidê ou Balde, arrancou suspiros da plateia

A Bidê ou Balde subiu ao palco primeiro, mandando ver “Melissa”, maior hit de Se Sexo é o que Importa Só o Rock é Sobre Amor (2000), e o ótimo cover de “Buddy Holy”, do Weezer. Após “Tudo Bem”, uma pontinha de decepção: “E Por Que Não”, uma das faixas mais conhecidas do disco de estreia da Bidê, continua sob censura por causa de sua suposta “apologia à pedofilia”, e acabou impedindo a execução do disco na íntegra. A boa sacada da banda foi substitui-la por uma música de nome semelhante, “Porque Não”, dos Replicantes, que ganhou uma levada mais cadenciada.

Mesmo tendo os hits do álbum tocados logo no início do show, o grupo conseguiu mostrar que seu debut sobreviveu bem ao tempo. Carlinhos Carneiro continua sendo um frontman de peso (sem trocadilhos, por favor), com tiradas hilárias e muita interação com a plateia. É inevitável que divida a atenção com a vocalista e tecladista Vivi Peçaibes, certamente uma das mulheres mais bonitas do rock nacional – os suspiros e comentários na pista não deixam mentir…

Após a execução (quase) completa de Se Sexo é o que Importa Só o Rock é Sobre Amor, a Bidê emendou algumas músicas de outros discos: “Microondas”, Me Deixa Desafinar” , “Bromélias” e “Mesmo que Mude”. Como três delas estão no CD/DVD Acústico Bandas Gaúchas, da MTV, praticamente todo mundo cantou junto.

James Andrew, da Tequila Baby, e sua performance energética que contagiou os fãs

A Tequila Baby, que levou um séquito de seguidores “fardados” com camisetas da banda, também escolheu tocar seu primeiro álbum, autointitulado. Lançado em 1996, o disco tem as letras mais simples e debochadas da banda, e, pela reação do público, segue sendo um dos preferidos dos fãs.

A rápida “Balada Sangrenta” já provocou as primeiras rodas punk na pista, que continuou com o cover de “Minha Menina”, de Jorge Ben Jor. Os integrantes remanescentes da formação original, Duda Calvin  (vocais) e James Andrew (guitarra) se destacam pela postura oposta no palco: o primeiro, praticamente estático; remete à postura do ídolo Joey Ramone; já o segundo não fica um minuto no mesmo lugar, interagindo com os fãs do gargarejo a todo momento e dando alguns saltos inusitados.

“2×2”, de Wander Wildner, “Tira o Sutiã, Tira a Calcinha” e a megaclássica “Sexo, Algemas e Cinta-Liga” são músicas que até quem não é fã sabe a letra, mas o refrão hardcore de “Prefiro sua Mãe” foi que arrancou as reações mais empolgadas do pessoal do mosh.

Show terminou com jam entre Carlinhos Carneiro e a Tequila Baby

 

No bis, a Tequila preferiu deixar de lado os sucessos dos álbuns posteriores e mandou uma série de covers, começando por “Territorial Pissings”, do Nirvana. “Last Caress”, do Misfits, e “Teenage Lobotomy”, do Ramones, mativeram o clima de tributo do final do show, que ficou ainda mais bacana com o inédito dueto de Duda Calvin e Carlinhos Carneiro em  “Basket Case”, do Green Day, e “Blitzkrieg Bop”, outra do Ramones. E ao som de muitos “hey ho, let’s go” terminou uma das melhores noites do Discografia Rock Gaúcho, com o mérito de reunir duas das bandas mais bem-humoradas do Rio Grande do Sul.

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