GIG Rock 2012: curto, mas intenso

Três noites completamente diferentes, tanto em matéria de bandas quanto de público. Assim foi a edição 2012 do GIG Rock, o já tradicional festival do Beco203, que desta vez trouxe um cast pequeno, mas de respeito. Talvez não para a grande maioria do público, já que o indie rock não é exatamente um fenômeno de popularidade. Mas quem curte esse tipo de som certamente ficou feliz em poder presenciar shows de bandas bacanas como A Place to Bury Strangers, The Virgins e The Whip em Porto Alegre.

 Quinta-feira, 12 de julho

A Place To Bury Strangers ensurdeceu o povo no primeiro dia de festival (Foto: Fernando Halal)

A primeira noite foi a mais fria, em todos os sentidos, mas nem por isso ruim. A americana A Place to Bury Strangers foi responsável por levar um pessoal mais velho ao Beco – pessoas que começaram a curtir rock nos anos 80/90, com bandas como My Blood Valentine e The Jesus and Mary Chain –, e mostrou que o shoegaze continua firme, forte e com bons representantes. Os caras fizeram um show pauleira, pesado mesmo, mas praticamente ignoraram a plateia. Se bem que isso faz parte do estilo shoegazer de ser.

O repertório, obviamente, priorizou Worship, terceiro (e excelente) álbum da banda. Detalhe: além de fazer um bom show, a A Place to Bury Strangers ainda trouxe ao Beco uma lojinha que vendia até discos de vinil, e por apenas 40 mangos! Vá numa loja comprar um LP novinho e tente achar algo por menos de R$ 80.

A noite teve a abertura da sempre competente Cartolas – embora meio deslocada desta vez – e da Lautmusik, que tem mais a ver com a atração principal. O único ponto negativo da noite foi o considerável atraso para o início dos shows, beeem maior do que o normal.

 Sexta-feira, 13 de julho

The Virgins e seu som cheio de suinge fecharam a segunda noite (Foto: Júlia Schwarz)

O segundo dia do festival trouxe o rock dançante da Identidade, nome já consolidado na cena local que não teve dificuldades para animar o público, maior e mais diversificado em relação à noite anterior.

A expectativa pelo show do The Virgins era relativamente grande, especialmente porque muita gente os comparou aos Strokes (???). Que novidade, todo mundo agora é comparado aos Strokes…

Mas os Virgins têm inúmeras influências, aparentemente mais antigas do que seus vizinhos de Nova York. Com uma batida meio soul/funk, os caras botaram todo mundo pra dançar. O auge do show foi a irresistível “Rich Girls”, já que o hit “Teen Lovers” foi solenemente ignorado. Mas ok, o show foi bom mesmo assim.

 Sábado, 14 de julho

The Whip encerrou o festival com um show que incendiou a pista do Beco (Foto: Letícia Heger)

Se a primeira noite teve duas bandas de abertura, e a segunda, uma, a terceira não teve nenhuma, mas um set mucho loco do MashmyAs$, projeto de mashups do DJ e produtor Claus Pupp. E tome batidão/pancadão funk misturando de Katy Perry a Ramones, o que não agradou uma parte dos presentes, mas, em compensação, foi o suficiente para que os (as) mais empolgadinhos (as) se arriscassem no pole dance.

E foi uma banda britânica a responsável pelo show mais quente do GIG Rock. Isso porque o electro do The Whip é praticamente uma festa, e, com a interação de um público pra lá de animado, o show praticamente virou uma rave. “Movement”, “Secret Weapon” e “Trash”, já no final, foram algumas das que mais agitaram o povo, numa apresentação impecável, tanto tecnicamente quanto em interação com os fãs.

O GIG Rock muda de cara todo ano, mas essa falta de uma formatação específica não tira o charme do festival. Pelo contrário: fica sempre a expectativa sobre o que pode acontecer na próxima edição. Algum palpite?

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