Mercado de games nipônico volta a crescer após 2 anos

Segundo uma pesquisa da Enterbrain, empresa que edita a  famosa revista nipônica Famitsu, o mercado de games no Japão voltou a crescer – o que não acontecia desde 2010. No primeiro semestre de 2012, os jogos movimentaram 193, 40 bilhões de ienes ( US$ 2,42 bilhões) ante os 191,98 bilhões de ienes (US$ 2,4 bilhões) do mesmo período do ano passado. O que acabou equilibrando o balanço foi que apesar de a venda de consoleis e portatéis cairem 11,6%, a de jogos subiu 9,4%

Apesar de ser lançado no último dia da pesquisa, o game da série Pokemon ficou em primeiro lugar em número de vendas (Crédito: Divulgação/Nintendo)

No período, o videogame mais vendido foi o Nintendo 3DS, com 2,2 milhões de unidades. Com 700 mil unidades, bem atrás, o PlayStation 3, seguido pelo PSP (500 mil) e PS Vita (354 mil). Continua, então, a tendência de anos anteriores, em que um portátil domina o mercado. Um dado interessante é que, entre os jogos, Pokemon foi o mais vendido com 1,6 milhões de cópias – e ele só foi lançado um dia antes de a pesquisa ser fechada. Apesar da pesquisa apontar um leve crescimento, a situação da indústria por lá não é das melhores. 

Em entrevista recente ao site CVG, o criador da franquia Metal Gear Solid, Hideo Kojima, expôs a sua opinião sobre a crise do mercado de games japonês. Para ele, os produtores se concentram demasiadamente em temáticas voltadas para o mercado local. Ele também aponta que uma forma de contar essa crise seria expandir os olhares além do que acontece na região, buscando inspiração nas empresas ocidentais. “Algo que acontece no Japão, e não apenas nos games, é que tudo é muito voltado à cultura local, incluindo romances e filmes. O problema é que há muitos tipos de entretenimento que são feitos no Japão apenas com foco no Japão. E esse não é o caminho. A minha geração está exposta a muitas influencias, e é por isso que eu quero estudar propostas e ficar em sintonia com coisas que as pessoas do ocidente gostam. Realmente gosto das produções que estão sendo feitas por lá”, disse Kojima.

Compartilhe
Jornalista, Especialista em Jornalismo Digital pela Pucrs, Mestre em Comunicação na Ufrgs e Editor-Fundador do Nonada - Jornalismo Travessia. Acredita nas palavras.