Pearl Jam de quatro em quatro anos

Foto: Fabricio Barreto / Divulgação T4F
Foto: Fabricio Barreto / Divulgação T4F

Não importa quantas vezes você tenha visto o Pearl Jam se apresentar, é impossível não berrar e pular as famosas canções do quinteto. A banda voltou a Porto Alegre depois de quatro anos, com uma apresentação de 3 horas que encheu a Arena do Grêmio.

Um pouco antes das 19h, a Wannabe Jalva subiu ao palco e animou o pouco público que já se encontrava no estádio. Com um rock psicodélico e riffs de guitarra, a banda não fez feio. Não é por acaso que é a segunda vez que a banda faz o show de abertura do PJ – em 2011 eles foram responsáveis por isso.

Sob aplausos e berros, Eddie Vedder, Mike McCready, Stone Gossard, Jeff Ament e Matt Cameron começaram o espetáculo às 21h com “Pendulum”, canção do 10º e novo album da banda, Lightning Bolt. “This might pass, this might last, this may grow” encaixava-se perfeitamente ao momento. Em seguida veio “Release”, um clássico da banda que animou o público. “Eldery Woman Behind the Counter in a Small Town” fez a multidão cantar o refrão:: Hearts and Thought they fade, fade away. Essa três primeiras faixas foram calmas e lentas, o que é de certa forma um espanto, levando em consideração a fama que a banda tem. Porém, Eddie e Cia estavam apenas aquecendo a todos – e a eles mesmo – para o que estava por vir.

Com um total de 32 músicas e 3 horas de show, a banda de mais de 25 anos de carreira tocou cinco músicas de seu mais novo trabalho, como a calma “Sirens”, e as agitadas “Let the Records Play”, “Mind Your Manners” e “Lightning Bolt”. Além disso, eles não deixaram de fora os sucessos do seu primeiro álbum, Ten, provavelmente o mais famoso e idolatrado pelos fãs: “Even Flow”, “Jeremy”, “Porch”, “Why Go”, “Black” e “Alive”. Músicas dos seus primeiros discos também estavam presente e fizeram a alegria de todos, como “Do the Evolution”, que fez a multidão gritar “Hallellujah”, “Animals”, “Spin the Black Circle”, “Better Man”, “Go”, “Yellow Ledbetter” e “Last Kiss” – esta, por sinal, foi entoada em uníssono pelas mais 30 mil pessoas presente. Provavelmente a mais conhecida de todos, fãs e não fãs.

Mas o que mais empolga o público, não são as canções e si, mas sim a animação do vocalista Eddie Vedder. Com 50 anos, o frontman do grupo não faz mais as acrobacias insanas de antes – ele costumava escalar a estrutura do palco e se pendurar de cabeça para baixo – mas ele também não aguenta ficar muito tempo parado: pula de um lado para o outro e realizando seus passos típicos. O líder do PJ, pode não ter o folego de 20 anos atrás, mas ainda consegue efetuar os gritos rocos que tornam sua voz particularmente impossível de não se reconhecer. Em “Do the Evolution”, “Alive”, “Black” e “Mind Your Manners”, entre outras, foi possível ver que ainda tem muito fôlego. Não é por acaso que ele precise, vez ou outra, tocar uma música mais calma.

Além disso, a simpatia da banda com o público é algo raro de se ver. Eddie conversou em português, agradeceu, parabenizou um casal que se conheceu no show anterior e pediu para que todos cantassem parabéns para a esposa que estava fazendo aniversário naquele dia. Ele ainda pegou uma bandeira do Brasil, distribuiu vinho e pandeiros. Por sinal, o baterista deu suas baquetas para um rapaz com Síndrome de Down.

Eddie e Cia mostram a cada show porque continuam lotando estádios e atraindo cada vez mais público. Um show estrondoso do início ao fim. Mesmo com tanto tempo de estrada, eles continuam dando uma aula de como fazer um show de rock’n roll para muito garoto de 20 e poucos anos. E, assim como o vocalista disse, espero que não demore mais quatro anos para que eles venham novamente a Porto Alegre.

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