Star Wars I: A Fantasia do Escolhido

Fotos LucasFilm/divulgação

A desordem reina na República Galáctica. A taxação de rotas de comércio para sistemas afastados está em disputa. Esperando resolver o problema realizando um bloqueio com naves de guerra, a gananciosa Federação Comercial parou toda a remessa de mercadorias para o pequeno planeta de Naboo. Enquanto o congresso da República continuava a debater longamente sobre esta sucessão de acontecimentos, o Chanceler Supremo enviou secretamente dois Cavaleiros Jedi, os guardiões da paz e justiça na galáxia, para resolver o conflito…

Fantasia, quem consegue viver sem ela? Talvez seja ela a responsável por muitas coisas incríveis que conhecemos hoje. Uma palavra que alimenta sonhos, esperança e a imaginação. Um gênero cinematográfico que mexe com os desejos do homem, como voar, ser mais rápido do que o comum, ter alguma espécie de poder sobrenatural. Fantasia sempre foi o meu estilo favorito, por isso a saga de Star Wars é a minha preferida. Não encontrei nada parecido para preencher essa necessidade de alimentar o meu imaginário como acontece ao assistir um dos seis filmes.

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O filme foi a 20ª maior bilheteria da história do cinema, com pouco mais de US$ 1 bilhão

Star Wars: A Ameaça Fantasma estreou no Brasil em junho de 1999. Esse foi o ano dos escolhidos, das obras que mergulham na história do predestinado. Um fato que me aproximou do cinema. Não sei se com todas as crianças de hoje funciona assim, mas na minha época (com 8 anos) era muito comum sonhar em ser aquele que mudaria tudo. Aquele que fazia parte de uma profecia na qual a sua aparição estaria carregada de expectativa. Em maio daquele ano, eu estava com os olhos fixos à telona, fascinado com o “escolhido” da vez, Neo, e os efeitos de Matrix. Não por acaso, é um filme que considero muito. Essa é a grande questão: o que faz de um filme ser o grande filme? Atuação, produção, roteiro, direção, figurino, fotografia, claro que sim. Mas o sentimento, o ideal que o filme planta na tua cabeça, ao sair da sala, é o principal para mim.

A Ameaça Fantasma gerou muito reboliço por sua estreia. Era o retorno da saga 16 anos depois do último filme. Na maioria das vezes, criar expectativa funciona de maneira inversamente proporcional, é difícil se surpreender quando esperamos muito de algo. Muitas pessoas adotaram essa fórmula para assistir o filme. Não estavam vendo Star Wars por pura apreciação do gênero, pelo contrário, a cobrança se fez presente. Parecia que era obrigação do longa provocar a mesma sensação que a trilogia clássica proporcionou na época. Não, não acho que Ameaça Fantasma é o melhor dos seis filmes, porém vejo que ele apresenta elementos interessantes em sua narrativa.

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Natalie Portman como Rainha Amidala

Atuação. Tudo bem que temos dois vencedores do Framboesa de Ouro no filme, Jar Jar Binks (Ahmed Best) e Saché (Sofia Coppola), mas é preciso reconhecer que muitos atores tiveram seus rostos fixados na história da saga, sob viés positivo. Liam Neeson, que interpreta o Jedi Qui-Gon Jinn, nunca pareceu ser um cara tão sábio e ao mesmo capaz de lutar contra as ameaças apresentadas pela Federação. Natalie Portmann (Rainha Padmé Amidala) começou a despontar como estrela hollywoodiana apesar da pouca idade no período de gravação. E ainda foi a responsável por mostrar uma futura estrela: Keira Knightley (Sabé). Keira, escolhida devido a sua semelhança com Natalie, passa quase desapercebida no papel de falsa rainha. Ray Park também se destacou no longa, com sua performance de Darth Maul. Park é especialista em artes marciais e foi chamado apenas para ajudar os atores nas lutas com o sabre de luz. Impressionando o diretor, George Lucas, ganhou o papel do Sith cultuado até hoje pelos fãs, pela habilidade nas cenas de luta. E Samuel L. Jackson que fez o descrente Mace Windu, membro do conselho Jedi, contrário ao treinamento tardio de Anakin Skywalker (Jake Lloyd) pelo recém mestre Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor).

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A grandiosa vista de Naboo

Cenário. Star Wars: A Ameaça Fantasma apresenta diversas cenas em que a tecnologia teve importante participação. Um filme de ficção científica precisa ter um aparato tecnológico para poder desenvolver sua trama. Nesse quarto filme, seguindo a ordem cronológica, o planeta Tatooine foi muito mais explorado, os acontecimentos do filme tiveram mais ambientes para ajudar na construção. A corrida que o jovem Anakin participa, por exemplo, foi extremamente interativa. Muitas naves participaram e tiveram diferentes desfechos na sequência, a reação da torcida, semelhante a de um Coliseu, tornava a competição mais insada, e os quadros fechados nos pilotos puderam ser mais utilizados. Nas cenas em que era preciso contextualizar o planeta da vez, tudo foi grandioso, como as árvores e cascatas de Naboo, a cidade submersa de Gunga City e Coruscant, a capital da República Galática que nunca para.

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Anakin com seus mentores, Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi

Protagonista. Na minha visão, o protagonista deste filme é a própria história. Assistimos a Ameaça Fantasma tentando desmistificar a figura de Darth Vader. E para fazermos isso, é preciso entender todo o contexto que a nova trilogia nos apresenta. Essa é a função dos três novos filmes: nos contar o passado de Vader. A relação do sentimento de medo com o lado negro da força, logo o vínculo de Anakin com sua mãe Shmi Skywalker (Pernilla August). O primeiro contato de Anakin com Padmé, a recepção nem tão boa por parte dos Jedis para com o garoto e o interesse de Palpatine/Darth Sidious (Ian McDiarmid) pelo prodígio, verbalizado no filme com: “E você, jovem Skywalker, vamos assistir a sua carreira com grande interesse.”

Star Wars: A Ameça Fantasma é sim um clássico. Introduz a história de um dos vilões mais populares no mundo da ficção, que tinha tudo para cumprir a profecia Jedi e trazer equilíbrio à força, mas não o fez. Tudo isso, sem perder a estética e composição que fez a saga famosa. É verdade, sou fã de quase tudo que tem relação com a franquia. Não sei vocês, mas eu não consigo ler nada que fale de Star Wars sem lembrar de pelo menos uma das trilhas da obra. A grande maioria das músicas já passaram pela minha cabeça durante esse texto, espero que tenha acontecido com vocês também. Assim funciona a fantasia, ela nunca para de alimentar o nosso imaginário.  

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Editor, apaixonado por Carnaval e defensor do protagonismo negro. Gosta de escrever sobre representatividade, resistência e identidade cultural.

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