A representação negra no modernismo brasileiro

A representação negra no modernismo brasileiro

Por Deivison Campos Arte: Tarsila do Amaral

Festa, samba, favela. Os integrantes (brancos) da Semana de Arte Moderna usavam alguns estereótipos para retratar os negros em suas obras, como Di Cavalcanti

Doutor em Ciências da Comunicação e pesquisador da área de Letras, Deivison Campos fala sobre como os modernistas representavam a população negra no Brasil.

"Entendo que A Negra (de Tarsila do Amaral), seja importante pois possibilita outras leituras desviantes principalmente a partir do olhar da personagem"

"A obra de Di Cavalcanti é excelente para pensarmos nesta dicotomia entre estereótipo e dissenso, abrir espaço para o outro construir sua narrativa."

O modernismo também repercutiu em mudanças drásticas na literatura, uma vez que autores negros como Lima Barreto tinham críticas ao movimento

 "Mario de Andrade, representado e como de “cor duvidosa”, assumiu a mestiçagem como um lugar mais seguro para transitar entre os intelectuais brasileiros"

"Mário de Andrade constrói um mito fundador para as três raças formadoras em Macunaíma. A ideia de que somos todos irmãos. No entanto, a relação com a modernidade não se dá de forma pacífica."

"Já Lima Barreta tinha "discordância estética com o movimento. Os modernistas pertenciam à elite e este era o principal alvo da crítica do escritor"

"É preciso refletir se os artistas negros foram inseridos no campo da arte como artistas, ou se ainda são vistos como artistas de bairros que saem das vielas confiando em suas rasteiras."