Deserto Particular faz refletir sobre masculinidade e amor trans

Por Rafael Gloria Nonada Jornalismo

Deserto Particular foi escolhido para ser o representante do Brasil que vai tentar uma indicação à categoria de Filme Internacional no Oscar em 2022.

Dirigido pelo profícuo diretor Aly Muritiba, o filme conta com os atores Antonio Saboia, Pedro Fasanaro e Thomás Aquino em seu elenco principal.

Deserto Particular é uma história de descoberta e que vai se revelando aos poucos, sem pressa.

No começo, acompanhamos a rotina de Daniel em Curitiba, um policial que está afastado do trabalho devido a seu comportamento violento. Ele está apaixonado por Sara, com quem mantém um relacionamento virtual

Com o afastamento de Sara, Daniel decide procurá-la pessoalmente, viajando até uma cidade do interior na Paraíba.

Com a mudança de cenário, o filme ganha mais força, porque a narrativa vai mostrando as revelações e descobertas dos protagonistas

A virada vem quando Daniel descobre que Sara é também Robson. A partir dessa descoberta, o filme faz refletir sobre questões relativas à masculinidade e identidade trans.

Tudo é feito de modo sensível, mas duro, mostrando a realidade, quando necessário. É quase como se Daniel e Sara Robson fossem espelhados a partir de espectros opostos.

O filme não deixa de mostrar as violências cotidianas sofridas por Sara Robson em casa e na igreja. Mas o amor e a resistência são protagonistas

Com uma história marcante e uma direção cênica bonita, Deserto Particular é uma ótima escolha para tentar representar o Brasil no Oscar.