A Arte Indígena Contemporânea de Jaider Esbell

A Arte Indígena Contemporânea de Jaider Esbell

Nonada Jornalismo Foto: Levi Fanan/Bienal

O artista makuxi Jaider Esbell foi um visionário. Convidado a ser o primeiro indígena a ter uma mostra individual no MAM de São Paulo, ele convidou colegas indígenas para participarem com ele.

Jaider propôs o movimento da Arte Indígena Contemporânea, uma espécie de modernismo próprio dos indígenas que anunciasse a vanguarda artística dos diferentes povos

Jaider nos deixou em 2021, virou encantado. Mas seu legado continua inspirando o outros artistas talentosos como ele.

Em entrevista ao Nonada, os artistas Daiara Tukano, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco falaram sobre a importância de Jaider e da Arte Indígena Contemporânea.

Daiara Tukano: "O Jaider teve uma inteligência incrível de tomar pra si as rédeas desse desafio, como se o último recurso que a gente pudesse ter para dar uma reviravolta fosse a arte".

Gustavo Caboco: "Entendo essa ideia como um ponto de encontro entre nós, parentes de vários povos, a ciência, os museus, a literatura, o cinema. Mais que isso, caminhos [para] a nossa sobrevivência"

Denilson Baniwa: "Ligar a AIC ao Modernismo é reduzir. Eu não ligaria a AIC ao Modernismo, mas a um movimento autêntico que infelizmente nasceu num país onde tem modernismo."

Daiara Tukano: "nós devemos muito à falta de papas na língua, à coragem de Jaider de encarar e não ter medo de dar nome aos bois."

Gustavo Caboco: "Não consigo pensar [que é] vanguarda, pois o ponto central é a luta dos povos indígenas. A não ser que isso seja considerado uma vanguarda que acontece desde 1500."