A partir desta quinta-feira, dia 10, a capital da Alemanha sedia um dos mais importantes eventos do cinema. Começou a 61ª edição do Festival de Berlim. São aproximadamente 400 filmes compondo a programação – 22 na mostra principal, 16 em competição –, que se estende até o dia 20 de fevereiro. O que chama a atenção neste ano são os lançamentos em 3D de três filmes sobre arte.
A produção de Win Wenders, Pina, sobre a coreógrafa Pina Bausch, poderá ser assistida através dos óculos para três dimensões, assim como o documentário Cave of Forgotten Dreams, de Werner Herzog, sobre pinturas rupestres na França. O único filme não alemão do trio em 3D é do francês Michel Ocelot, Tales of the Night. Porém, ele não deixa de homenagear o cinema do país-sede do Festival, já que lida com animações de silhuetas desenhadas há quase cem anos pela cineasta berlinense Lotte Reiniger. O filme compete pelo Urso de Ouro, o prêmio máximo do evento, a ser anunciado no dia 19.
O Brasil está representado pelo sucesso Tropa de Elite 2, que ganha sessão de gala no dia 11, num teatro com capacidade para 1.800 espectadores. O longa não participa da mostra competitiva oficial, mas concorre ao prêmio do público. O filme Os Residentes, de Tiago Mata Machado, e o curta Ensolarado, de Ricardo Targino, ambos brasileiros, também estão na programação.
Na coletiva de imprensa do júri do Festival, chamou a atenção um assunto de fora das telas. A ausência do diretor iraniano Jafar Panahi foi protestada através de uma cadeira vazia, ao lado das seis ocupadas. Condenado à prisão em dezembro pela acusação de produzir filmes sem permissão e de incitar protestos durante as eleições de 2009 em seu país, Panahi não poderá estar entre os que decidem os grandes vencedores. Cinco de seus filmes serão exibidos ao longo da programação.
