Luciany Aparecida (acervo pessoal)

Luciany Aparecida: “As pessoas esperam que nosso texto recaia só no que elas apontam como panfletário”

Antes de conhecer a escritora baiana Luciany Aparecida, nos idos de 2018, fui apresentada à Ruth Ducaso, uma de suas assinaturas estéticas. Posso dizer que o meu encontro com o livro Contos ordinários de melancolia, assinado por Ducaso, foi um acontecimento, tamanho o impacto de sua escrita pontiaguda. 

Mais de cinco anos depois, finalmente, encontrei-me pessoalmente com Luciany, que, na ocasião, havia sido premiada recentemente com o Prêmio São Paulo de Literatura pelo romance Mata doce (Alfaguara, 2023), na categoria de Melhor Romance de 2023. Quase às vésperas de 2025, conversamos em um café, na cidade de Porto Alegre, para esta entrevista. Isso ocorreu durante um rápido intervalo da escrita do mais recente livro da autora, Tinta da Bahia, que deve ser lançado em 2026, pelo selo Alfaguara, da Companhia das Letras. 

Luciany Aparecida é escritora, pesquisadora e professora. Nasceu em Jaguaquara, no Vale do Jiquiriçá, na Bahia, em 1982. Por meio de suas assinaturas estéticas, publicou, como Ruth Ducaso, o já mencionado Contos Ordinários de Melancolia (Paralelo13S, 2017), Auto-retrato (Pantim, 2019), que contou com ilustração de outra assinatura estética, Antônio Peixôtro, e Florim (Boto cor-de-rosa, 2020), além do livro de artista Cartas de Bogotá (2013). Ezequiel (Pantim, 2018) foi assinado por Margô Paraíso. Como Luciany Aparecida, a escritora lançou, além do romance Mata doce, Macala (Círculo de Poemas, 2022) e a dramaturgia Joanna Mina (Paralelo13S, 2022), além de participações em antologias.

A escritora falou sobre seu processo de escrita e também sobre a nova obra em que está trabalhando atualmente. “O livro tem o nome provisório de Tinta da Bahia e será publicado  pelo selo Alfaguara, da Companhia das Letras. Desde 2016, eu pesquiso sobre fábricas de tecido no século XIX que empregavam mulheres. O livro vai ter como personagens principais mulheres que estavam sendo escravizadas, ou libertas que já tinham comprado a carta de alforria.”

Luciany também falou sobre a exotização que ainda hoje recai sobre a autoria negra na literatura. “Se uma pessoa vai escrever um texto e ela está fazendo isso a partir de uma conexão com o relato de vida, vai ter vários nomes estéticos. O relato é “escrita de si”, e isso vai ser positivado. Mas se vem de uma escrita, de uma identificação negra, é lido como pejorativo.”

“Eu sempre pensei que a literatura tivesse como uma das suas funções criar lugares de desconforto. Acho que a sociedade convive muito confortavelmente com situações de violência: violência contra a mulher, pessoas negras, pessoas LGBTQIA, pessoas nordestinas. Eu entendo que a leitura literária também pode promover, junto com o prazer, algum ensinamento sobre o mundo, alguma compreensão”, afirma.

Confira a entrevista na íntegra:

Nonada – Poderia falar a respeito de seu novo livro? Sobre o que se trata?

Luciany Aparecida – O livro tem o nome provisório de Tinta da Bahia e será publicado  pelo selo Alfaguara, da Companhia das Letras. A possibilidade é de que ele saia no começo de 2026. Esse processo de escrita está sendo realizado a partir do edital Rumos Itaú Cultural, que ganhei em 2023, com um projeto de criação literária. Ele começou a vigorar em outubro de 2024 e eu vou ficar ao longo de 2025 escrevendo.

A proposta do livro é escrever sobre o entorno de uma fábrica de tecidos que existiu de verdade na Bahia, no século XIX, em 1844. No meu romance, essa fábrica de tecido vai ter o nome Tinta da Bahia. Na história real, o nome da fábrica têxtil era Todos os Santos,  que funcionou na região do Recôncavo Sul da Bahia, em Valência,d cidade em que termina o vale do Rio Jiquiriçá, e de onde sou.

Desde 2016, eu pesquiso sobre fábricas de tecido no século XIX que empregavam mulheres. O livro vai ter como personagens principais mulheres que estavam sendo escravizadas, ou libertas que já tinham comprado a carta de alforria. 

Nonada – Você escreveu todos os seus livros na Bahia? O território/lugar no qual você está se vincula à palavra? Neste sentido, como está sendo o processo de escrita deste livro mais recente, já que você está morando em São Paulo?

Luciany Aparecida – A sensação que eu tenho é que eu já estava em um lugar de trânsito. Logo, escrever estando em São Paulo, para mim, é só mais um deslocamento desse meu lugar original. O meu novo romance vai ter como cenário uma região que seria entre o Recôncavo Sul da Bahia, o Vale do Rio de Jiquiriçá e Salvador. Os outros livros meus foram escritos a partir de um lugar ficcional. Agora o ponto de referência de criação são ruas que de fato existem.

Gosto muito de escrever em um lugar estando em outro. Mata Doce é um livro que tem como ponto de referência um povoado com esse nome ficcional, que é inspirado no bioma da Mata Atlântica e da Caatinga. Eu escrevi o livro inteiro em um bioma completamente diferente, que foi o litorâneo, em frente à Bahia de Todos os Santos. 

O que eu estou querendo dizer é que eu vou escrever um livro que vai falar dessa mobilização transatlântica do século XIX entre Brasil e o continente africano, o Brasil do tráfico e o trânsito interno marinho do Brasil, no Rio de Janeiro, Salvador e Pelotas, no Rio Grande do Sul. Um dos sócios da fábrica têxtil real e também a da ficcional, é do Rio Grande do Sul. Então vou falar um pouco dessa região litorânea do Brasil também.

Foto: (Larissa Queiroz / Divulgação)

Nonada – A respeito da premiação de Mata doce, como tem sido a repercussão? O que mudou para você no período anterior ao lançamento do livro e após a premiação?

Luciany Aparecida – Depois da premiação, não necessariamente muita coisa aconteceu. Talvez porque seja recente, a gente está no período de final de ano. Mas acho que a recepção do prêmio, que é um dos maiores de literatura brasileira, vai depender de quem recebe. E a gente está no país em que a cena literária ainda é branca, é heteronormativa, masculina. Se é um homem recebendo um prêmio, ou uma mulher branca do sudeste, é como se isso já fosse esperado, então a mídia vai cobrir de outro jeito, os jornais vão cobrir de outro jeito. Sendo uma mulher negra, uma mulher nordestina ou todos os lugares de diferença que cada pessoa carrega, a recepção é diferente.

Nonada – De que forma?

Luciany Aparecida – Por exemplo, o Mata doce esteve finalista dos três maiores prêmios de literatura do país [Oceanos, Prêmio Jabuti e Prêmio São Paulo de Literatura]. Mas, nas notícias que saíam na mídia, aparecia o título de Mata doce, sem o meu nome. Aparecia o nome dos outros [concorrentes] que estavam ali. 

Estamos em um momento melhor, sem dúvida. Isso foi criado por diferentes mobilizações de pessoas que não estão no centro. E também por livros escritos por pessoas que não estão nesses lugares do centro terem vendido muito. É claro que as grandes editoras e o mercado literário entendem que esses livros vendem, então passam a cuidar de um outro jeito dessas publicações e edições. Mas acho que a vida de uma escritora, de um escritor, pode mudar com um prêmio literário, porém, vai depender de quem é esse escritor e essa escritora. 

Nonada – Por exemplo? 

Luciany Aparecida – É como se, para algumas de nós, conseguir determinado destaque, apenas publicar na Companhia das Letras já fosse um prêmio, por exemplo. O livro tem que ser validado em muitas instâncias para que a sociedade diga “é verdade, esse livro tem validade”. Então, são vários caminhos. 

Essa seria uma resposta, mas eu não quero que ela seja a resposta primeira para essa pergunta, porque eu estaria sendo injusta com as pessoas leitoras do livro. Esse é o grande acontecimento. Mata doce chega em um número maior de pessoas leitoras. Eu já vivia esse encontro com pessoas leitoras de Ruth Ducaso. Mas, agora, com Mata Doce, se ampliou absurdamente. É gigante em relação ao meu público anterior. Eu sei que pode ser ampliado e eu quero isso, porque agora entendi que quero alcançar um lugar de diálogo com outras pessoas no país. E publicar por uma editora que distribui o livro proporcionou isso, o que é impactante.

Nonada – Existe certa projeção do público em relação a um escritor ou a uma escritora negra? Você quebra muitas expectativas?

Luciany Aparecida – Quando eu estou falando de pessoas negras, eu falo de pessoas negras pretas e pardas. Acho importante deixar isso registrado, porque, no Brasil, pensar o que é uma pessoa negra é muito complexo, e penso que precisamos nos aprofundar nesta complexidade, pois, enquanto a gente ficar exotificando a imagem,  “uma pessoa negra é uma pessoa preta de pele retinta”, ou é isso ou aquilo, a gente não avança, e precisamos avançar nisso com complexidade. 

Então, fazendo esse pequeno recorte, eu acho que existe uma expectativa de que uma pessoa negra escritora não saiba escrever. Essa é a primeira. As pessoas esperam que nós não saibamos escrever, que o nosso texto recaia só no que elas apontam como panfletário. Então, elas vão listar vários nomes para isso: identitarismo, panfletário, relato de vida. Só que nenhuma dessas coisas, no texto de uma pessoa branca, é nominado como tal, e se for, essa nominação não é negativada. 

Se uma pessoa vai escrever um texto e ela está fazendo isso a partir de uma conexão com o relato de vida, vai ter vários nomes estéticos. O relato é “escrita de si”, e isso vai ser positivado. Mas se vem de uma escrita, de uma identificação negra, é lido como pejorativo. Então, infelizmente, é como se a gente ainda estivesse reproduzindo a mesma crítica literária do século XIX. 

Nonada – Como?

Luciany AparecidaPenso que este período é muito importante para refletir o século XXI. Cruz e Souza (1861 1898) era criticado por ser um negro erudito. Mas aí Lima Barreto (1881 1922) era criticado por ser um negro que falava e escrevia com a linguagem popular. Há várias teses, dissertações, histórias, textos, autores que escrevem sobre o assunto. Tudo isso é exaustivo, logo, é exaustivo ser uma mulher escritora, é exaustivo ser uma mulher negra escritora, ser uma mulher nordestina escritora, porque as pessoas esperam coisas do seu texto. 

Com frequência eu ouço, após as mesas para as quais eu sou convidada para falar em eventos, a seguinte frase, “nossa, eu não sabia que você sabia falar”. O problema, para mim, não é elas imaginarem e ficarem surpresas que, na perspectiva teórica delas, eu escrevo bem. O problema é elas não terem constrangimento em me dizer. Elas não precisam. E ouvi muita coisa do tipo “é impressionante que Mata doce é um livro bom, eu nunca imaginei que fosse”. Então, quanto mais visibilidade o livro ganha, mais também eu ouço essas coisas. 

Mas eu não quero não ser generosa com o volume absurdo de mensagens que eu recebo de pessoas muito comovidas e honestamente respeitosas com o meu trabalho. Eu tenho um número de pessoas que me leem e respeitam o meu trabalho absurdamente. Não estou dizendo que eu também não seja escutada, mas eu acho que não dá para não apontar esses outros casos, porque eles acontecem. 

Foto: reprodução

Nonada – Há alguns anos, em um antigo blog que você mantinha, você escreveu que a recepção do seu texto – na época, textos de Ruth Ducaso – nem sempre era tão boa. Na ocasião, nós duas chegamos a falar algo sobre coragem na escrita e desconforto na leitura. Você acredita que a boa leitura é entendida pelo senso comum como “aquilo que me agrada”? Qual é o papel do desconforto na leitura?

Luciany AparecidaEu sempre pensei que a literatura tivesse como uma das suas funções criar lugares de desconforto. Acho que a sociedade convive muito confortavelmente com situações de violência: violência contra a mulher, pessoas negras, pessoas LGBTQIA, pessoas nordestinas. Eu entendo que a leitura literária também pode promover, junto com o prazer, algum ensinamento sobre o mundo, alguma compreensão. E essa compreensão pode ser elaborada a partir do desconforto existencial. E nesse ponto, com o que a pessoa entende como um conforto, seja repensado a partir da zona do “fiquei desconfortável com isso. O que pode ser?” Pode ser que nesse desconforto ela esteja aprendendo. 

Algumas pessoas estão no lugar de arrogância tão grande que elas podem julgar que o desconforto que elas estão sentindo significa que aquela leitura não tem valor estético. Mas pode ser apenas que elas não tenham um letramento para entender aquilo. Pode ser também uma leitura que não agradou, na perspectiva de que pode não ter servido, pode não ter feito bem o serviço de escrita literária, enfim, tudo pode ser, né? A vida é tão complexa. Mas a gente sabe que existe, se a gente pega o cânone como referência, um jeito de ler essa literatura já muito tradicionalizado.

As pessoas, às vezes, têm apenas preguiça de sair dos seus lugares para fazer uma leitura mais profunda sobre determinados temas, o que é uma pena. Com isso, não estou querendo dizer que todas as pessoas que não tenham gostado do meu texto não o tenham compreendido. Tem gente que entende que ela pensa o mundo a partir de uma perspectiva privilegiada e não quer sair desse lugar, e está tudo bem, não saia. Porque buscar um lugar de autoformação a partir da leitura é uma decisão, a pessoa tem que querer. O que eu escrevi naquele blog, era sobre um medo meu, real, de que não é fácil entrar na cena literária brasileira, porque nós somos acusadas de muitas coisas.

Nonada – A leitora e o leitor de uma de suas assinaturas estéticas, Ruth Ducaso, são os mesmos de Luciany Aparecida? Porque, se compararmos as publicações de Ruth Ducaso – Contos ordinários de melancolia e Florim, por exemplo, – com Luciany, a proposta estética é outra. 

Luciany Aparecida – É realmente diferente, nem eu entendo direito. Tem muita gente que lia Ruth Ducaso e segue lendo Luciany, mas o público de Luciany é outro, é bem diferente. O que eu posso dizer é que o último texto que eu escrevi como Ruth Ducaso foi em 2015, tem muito tempo. Ruth Ducaso foi um projeto, né? Eu pensei, “quero escrever textos em prosa que dialoguem com a poesia, e vou escrever três obras”. Um livro de contos, uma novela e um romance. E escrevi Contos originários do Melancolia, Florim e Monróvia, que ficou inédito. 

Então, quando eu publico em 2017 o primeiro livro como Ruth Ducaso, os três já estavam prontos. E, ao publicar, eu comecei a encontrar um mundo que eu não conhecia, que era o contato com pessoas leitoras e quando elas começam a dar sentido àquilo. Então, assim, funcionou Ruth Ducaso. Tem uma recepção boa na academia e em diferentes espaços. 

Nonada – Você tem alguma obsessão de escrita? 

Luciany Aparecida – Eu tenho uma obsessão na escrita absurda. Meus livros quase todos vão trazer personagens mulheres velhas que tenham alguma experiência de vida em situações mais complexas no que diz respeito ao encontro com a natureza. Essas personagens podem estar no ambiente urbano ou no ambiente rural, mas todas vão trazer  um pouco disso desde os meus primeiros textos, que estão em formato livro de artista. Ou mesmo o primeiro, Contos ordinários de melancolia, que é publicado em 2017. O tema central da maioria dos contos já são personagens mulheres, mulheres mais velhas, que estão fazendo reflexões existenciais sobre suas experiências no mundo, da maternidade, mas a partir deste contato com a natureza ou elementos da natureza. 

Nonada – Você considera a postura de algumas pessoas que produzem literatura no Brasil blasé? Pergunto porque parece ser comum entre escritores, durante entrevistas e falas, a adoção de uma conduta grave, por vezes até triste, da escrita. 

Luciany Aparecida – Eu sempre acho que existe um comportamento blasé com a literatura, ou com a áurea do que se supõe ser uma pessoa escritora, ou da áurea que se supõe que uma pessoa escritora tenha que carregar. É quase como se ela ainda fosse uma entidade daquela literatura de final do século XIX. Uma pessoa adoentada, mas que ao mesmo tempo beira ainda a ideia do observador das ruas, do voyeur, mas não a pessoa que participa da situação de raiva, de amor, de festa, mas a que observa.

É como se a gente não tivesse chegado nem no que é identificado como o período das vanguardas modernistas. Como se a áurea real do comportamento dessa pessoa escritora fosse essa cena blasé, que é uma referência ainda muito europeia – o que se imagina ser a Europa nem é o que a Europa é – ou do que a pessoa europeia é hoje, mas é do que se supõe ou do que ficou nos países que passaram por um período por um processo de colonização. 

(Foto: Larissa Queiroz e Ana Reis/Divulgação)

Nonada – Destaco isso porque, a mim, a maneira como você trata a literatura traz profundidade, complexidade, mas, sobretudo, alegria no processo e no diálogo com o público leitor. 

Luciany Aparecida – O ânimo do meu corpo ao falar da literatura está associado, também, a essa composição de que a literatura é o meu lugar de vida maior. A arte nos alimenta e, no meu caso, ela alimenta em diferentes âmbitos, inclusive no financeiro. É o diálogo com a palavra, com a literatura, que faz com que eu tenha dinheiro para fazer as compras no mercado. É o diálogo com a literatura que me faz ser professora universitária, é o diálogo com a literatura que me faz ser uma escritora com carreira literária. No âmbito do ânimo, é o encontro com a pessoa leitora, no âmbito do me auto sustentar, é conseguir um salário, um cachê, enfim, essas coisas todas.

Nonada – Para você, qual é o tom da literatura?

Luciany Aparecida – O tom da literatura para mim é um machado de dois cortes. E um corte é o ódio e o outro corte é o amor. Eu acho que esse é o tom da nossa sobrevivência em diferentes espaços e até na cena literária. E o meu texto vai nesse sentido. Tem muita coisa na sociedade que vai alimentando esses espaços de ódio. O que não estou falando do lugar estereotipado, como a mulher negra que esbraveja. Não é disso que eu estou falando, me refiro a algo mais refinado. Eu trago essa imagem do machado, também, em aproximação à imagem do orixá Xangô, pensando que eu tenho esse objeto, essa tecnologia de corte. 

E a simbologia é essa, pensar o corte a partir desse viés que essas literaturas têm elaborado. Por exemplo, o que seria o corte entre o ódio e o amor? É o corte da interdisciplinaridade, entre as artes. Então pensar literatura e história, literatura e artes visuais, literatura e performance, literatura e música. O que o rap no Brasil faz e o diálogo que isso pode ter com cantadores desde o século XIX, com o que se tem feito nas cenas contemporâneas de leitura de poesia. Não é a minha área de realização do texto, eu não venho da produção de um texto poético, que faz essa performance de fala. Mas eu trago isso como imagem, para tentar exemplificar esses tons que são “mal vistos” pelo tom blasé do que seria uma literatura.

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Jornalista freelancer na área cultural e graduanda no Bacharelado em História da Arte (Ufrgs) e escritora. É autora do livro de contos “Como se mata uma ilha” (Zouk, 2019).
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