O Edital Arte-Jornalismo: Cultura Viva é uma iniciativa do Goethe-Institut Porto Alegre em parceria com a Associação Cultural Nonada Jornalismo, que busca incentivar a relação entre a produção jornalística e o campo artístico.
O projeto parte da convicção de que o jornalismo e as artes podem ter atuações complementares: enquanto o jornalismo investiga, apura e documenta, os diferentes artefatos artísticos também podem traduzir de forma sensível e estética realidades sociais, permitindo novas camadas de interpretação e impacto junto ao público.
Nesta edição, o eixo temático escolhido é:
“Como culturas populares e tradicionais contribuem com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente?”
As práticas culturais populares e tradicionais, como festejos, saberes ancestrais, oralidades, bens do patrimônio cultural imaterial e manifestações comunitárias, desempenham papel fundamental na preservação do território, na manutenção da biodiversidade e na valorização das relações de cuidado com a natureza. Ao mesmo tempo, essas práticas muitas vezes são invisibilizadas ou subestimadas. Este edital propõe, portanto, chamar atenção sobre essas contribuições, a partir da conexão entre agentes em formação do campo do jornalismo e das artes.
Propostas Selecionadas:
Artesanato com palha de butiá: saber transgeracional e preservação da espécie nativa: O projeto busca valorizar a prática tradicional de artesanato com a palha do Butia catarinensis, realizada há mais de 150 anos por comunidades rurais do município de Torres, enquanto forma de preservação da espécie e de transmissão de sentidos entre diferentes gerações de mulheres. A proposta consiste em uma instalação interativa que propõe, às pessoas visitantes, uma experiência sensorial a partir do butiazeiro. De Gabriela Sardi e Maê Nardes
Volte para a sua terra: Enchentes, deslocamentos e a voz da cultura Hip Hop pela memória, justiça social e ambiental: “Volte Para a Sua Terra” é um projeto multimodal que mistura rap autoral, videoclipe e reportagem escrita, partindo da tradição do Hip Hop como voz de denúncia, memória coletiva e mobilização social. Ao retratar os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, o deslocamento de imigrantes e famílias vulneráveis, e questiona a frase “volte para a sua terra”, com a retórica “que terra?”, para evidenciar a perda de lar e território seguro. De Jenifer Procópio e Selton da Piedade
Gingar com a natureza: como projetos de capoeira de Porto Alegre promovem a preservação e a memória ambiental: Por meio da tradição da oralidade de heranças afro-brasileiras, as rodas de capoeira mantém viva a memória ambiental: suas músicas fazem menção a nomes de plantas e animais nativos; os instrumentos utilizados, confeccionados a partir da artesania com plantas (como a biriba e o porongo) e da reciclagem, também ensinam sobre a biodiversidade brasileira e gaúcha – ambos com palavras de origem no português, em línguas africanas e em línguas indígenas. O trabalho artístico será uma pintura mural, que trará elementos da biodiversidade citados nas músicas, atrelados à manifestação cultural da capoeira. De Valentina Bressan e Brenda Klein
Suplentes:
Cartografia das Sementes: jornalismo, arte e biodiversidade em mãos comunitárias: De Érica Alves e Clarissa Ferreira
Projeto Moendy: De Isabelle Rieger e Marina Chiapinotto