Tintin e alguns milhares de euros

Leilão de peças relacionadas ao personagem de Hergé aconteceu no domingo (Crédito: divulgação)

A figura de um garoto-repórter de canelas finas e grande topete loiro, que na companhia de seu cachorro adentra-se frequentemente em investigações criminosas e desvenda conspirações políticas, é uma das mais lembradas quando se fala de histórias em quadrinhos clássicas. Trata-se de ninguém menos que Tintin. Mesmo após a década de 1980, quando as suas aventuras pararam de ser desenhadas,  o personagem continua rendendo não só mais fãs pelo mundo, mas também em termos econômicos: um leilão de peças relacionadas às tirinhas, realizado neste final de semana, arrecadou cerca de 365 mil euros.

O leilão fazia parte de um evento que aconteceu no Castelo de Cheverny, centro-oeste de França. A escolha do local não foi ao acaso: diz-se que a construção inspirou Hergé, o criador do personagem, para inventar o Castelo de Moulinsart, onde Tintin morava. Foi um grande encontro aberto ao público, com a venda de objetos dos mais variados preços, além de música, exposições e conferências. O leilão aconteceu no domingo, último dia da programação, e contou com a participação de norte-americanos, canadenses e espanhóis, além dos belgas e franceses, como não poderia deixar de ser.

O fã que arrematou uma edição original belga de 1960 do álbum “Tintin no Tibete”, autografado pelo próprio Hergé, gastou 18.500 euros com o lote – foi a compra que exigiu a verba mais alta. Duas esculturas em resina, uma representando o próprio Tintin e outra “Jo e Zette”, renderam 6.630 euros e 3.825 euros, respectivamente.  Outro destaque foi “Tintin, Milou et les animaux au paradis”, desenho a tinta-da-China colorido a aquarela que custou 17.850 euros. 80% dos 400 lotes levados ao evento foram vendidos.

Um aspecto marcante da trajetória de Tintin é a sutil mudança em sua personalidade. Pudera, ele existiu por aproximadamente meio-século: difícil seria não ter se alterado a visão de mundo do autor desde a primeira história publicada em 1929, refletida no próprio comportamento de Tintin. Os preconceitos apresentados nas primeiras tirinhas, que incluíam uma pitada de colonialismo no olhar do personagem, chegaram a ser trocados pela luta do garoto em prol da independência de antigas colônias nos últimos quadrinhos, realizados nos anos 1980. Para saber mais sobre Tintin, visite o site oficial.

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