Recortes – Música – Mais um ano de muitos shows (e algumas apostas)

O ano mal começou e já promete ser movimentado no quesito shows. O Rio Grande do Sul deve se consolidar como um dos estados que mais recebem artistas internacionais, a começar pelo M/E/C/A/ Festival, que no ano passado causou alvoroço entre os indies ao trazer o badaladíssimo Vampire Weekend e o surpreendente Two Door Cinema Club. Este ano, as principais atrações não estão tão hypadas assim, mas devem levar um bom público ao Hotel Fazenda Pontal, próximo à praia de Atlântida, neste sábado, 28 de janeiro. Entre os gringos, o destaque fica para o The Rapture, que, no efêmero mundo da música pop, já pode ser considerado veterano, e o soul man à moda antiga Mayer Howthorne. O CSS (para nós, brasileiros, ainda é o velho Cansei de Ser Sexy) vem desfalcado de seu baixista e principal (único?) compositor, Adriano Cintra. A baixa poderia diminuir o interesse pelo show, mas é preciso avaliar a situação por um outro ponto de vista: e se o grupo não tiver cacife para seguir adiante? Pode ser esta uma das últimas apresentações de Lovefoxxx e cia. por estas paragens. Quem é fã, portanto, não pode vacilar.

Howler teve apresentação viabilizada por crowdfunding (Crédito: Divulgação)

Uma iniciativa interessante e que se tornou recorrente entre shows de pequeno e médio porte é o crowdfunding – aquele financiamento coletivo feito por um grupo de fãs que acaba tornando viável a apresentação de um artista, posteriormente ressarcindo essas pessoas e/ou dando a elas algumas regalias em relação aos demais. Graças a esse sistema, Porto Alegre poderá conferir o show da banda de garage rock Howler, dia 25 de fevereiro, no Beco.  O grupo é uma das grandes apostas da imprensa musical lá de fora. Se vai vingar, é outra história, mas a presença da banda por aqui já está fazendo um enorme barulho. Vale conferir o primeiro disco dos caras, America Give Up.

O maior show do ano – pelo menos entre os que já estão marcados – é o do ex-Pink Floyd Roger Waters. Beira-Rio lotado no dia 25 de março para um megaespetáculo. Antes disso, tudo indica que os fãs dos Smiths poderão conferir uma apresentação de Morrissey no Pepsi on Stage, no dia 7 de março. Na véspera, os góticos do Sisters of Mercy tocam no Teatro do Bourbon Country. Ainda entre os dinossauros, destaque para a dupla da pesada Misfits e Anthrax, que deve unir punks e headbangers em apresentação no Gigantinho no dia 25 de abril. O ex-Libertines Carl Barat (13/04), o ex-Skid Row Sebastian Bach (15/04), Buddy Guy (15/05), Concrete Blonde (17/05) e Suzi Quatro (20/05) são outros nomes já confirmados. Fala-se ainda em The Cure e Noel Gallagher, entre outros.

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Aproveitando o gancho dos shows, um desabafo em tom quase pessoal. Será que hoje em dia é impossível assistir a um bom espetáculo (não necessariamente musical) sem todos os presentes fazendo fotos de má qualidade ou tuitando? Reformulo a pergunta: será que hoje em dia as pessoas vão a um show pelo simples prazer de ver esse show? Para muita gente, show é apenas uma balada cara, como bem menciona este artigo do site Scream&Yell. Quem está em cima do palco nem faz muita diferença.

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Uma aposta para o final de 2012: os críticos estarão em busca de uma “nova” Lana Del Rey. Afinal, o disco dela já vazou na internet e, até o lançamento oficial, nos próximos dias, terá sido compartilhado por milhões de usuários da rede – com ou sem Megaupload, com ou sem SOPA. Daí que se a moça não fizer turnês intermináveis e um videoclipe a cada dois meses corre o risco de ser esquecida. Aliás, mesmo fazendo isso, ela terá que suar muito. Lady Gaga lança clipes para praticamente todas as suas músicas e já deixou de ser a maior estrela pop da atualidade. Adele que o diga.

Depois de Lady Gaga e Adele, é a vez de Lana Del Rey. Ou não? (Crédito: Divulgação)
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