Com a proximidade do Oscar, lembramos filmes que ainda não conseguimos dar a devida atenção em resenhas únicas por aqui, veja quais são os filmes:
O filme de David O. Russell explora mais uma vez personagens conturbados, cheios de problemas psicológicos, mas, ao mesmo tempo, fascinantes de serem observados. Nos é apresentada a relação entre Pat Solitano, um ex-professor de história que perdeu sua casa e a esposa, após flagrá-la o traindo e ter um verdadeiro surto. Depois de passar um tempo em uma casa de recuperação, ele volta a morar com os pais, disposto a recuperar sua esposa. Bradley Cooper está muito bem no papel do bipolar Pat Solitano, conseguindo momentos bons tanto nos mais cômicos, quanto nas partes mais tensas. Aliás, quando Tiffany, uma vizinha que se tornou viúva recentemente e também deseja melhorar entra em cena, o filme toma rota muito positiva, tanto no sentido da boa atuação de Jennifer Lawrence, como no espírito do filme. No final, O Lado Bom da Vida parece um filme de auto-ajuda, mas não é, está mais para um ótimo feel good movie com grandes atuações. Ponto para Russel.
Adaptação do livro A Vida de Pi, de Yann Martel, o filme conta a história de de Piscine Patel, o Pi. Na trama, o garoto indiano se vê num bote em alto mar depois de um naufrágio. Como companheiros de viagem, uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de Bengala, além de algumas moscas de banana. O filme é uma alegoria sobre a fé e o sentido das crenças sem cair num imediato pieguismo. É verdade que por vezes parece que há cenas longamente estendidas, podendo se tornar um pouco cansativo, mas é que o diretor Ang Lee quer nos mostrar também a beleza do 3D, muito bem aproveitado nesse mundo oceânico em que se passa boa parte do filme. E, olha só, não é um filme infantil apesar dos animais.
É difícil escrever sobre Amor, filme mais recente do cineasta Michael Haneke. Mesmo que seja uma nota. É sobre o fim de vidas, sobre um casal de idosos que passaram anos juntos e que agora um deles, no caso a mulher, está morrendo. Daí o filme levanta uma questão que me chamou mais a atenção, a da dignidade na morte. Conforme vamos envelhecendo não vamos mais necessariamente controlando o corpo, isto é, o tempo vai nos deteriorando, daí precisamos da ajuda de outras pessoas, de máquinas para sobreviver. E se a dependência é mais triste que a partida? Haneke, como sempre, apresenta a sua particular visão sobre um tema, no caso acredito que mais a morte, do que o amor (ou poderia ser a mesma coisa?). Assista o filme e faça a sua reflexão.
Indomável Sonhadora
Filme indie da vez, mostra a pequena Hushpuppy, que acaba criando um mundo próprio para lidar com uma infância difícil, que está longe de ser considerada dentro da normalidade. Seu pai é, ao mesmo tempo, sua raiz e sua força, sendo ele também quem fornece a Hushpuppy sua herança “mágica”. Na convivência entre os dois, o espectador encontra uma história de amores brutos, um retrato ultrarrealista do isolamento e um pequeno conto em que o encontro com a magia é rápido.