Mais do que múltiplas potencias, Valéria é uma mulher de muita magnitude. Magnitude na voz, na interpretação, na arte. Com uma carreira sólida, cada vez mais ela vem marcando presença na cena musical, ultrapassando fronteiras geográficas e artísticas, com criações que incluem influências da MPB, carimbó, samba e pop.
Nas palavras da própria, “Valéria Barcellos é cantora há quase de 30 anos, atriz, dj, performer, escritora, aspirante a fotógrafa e artista plástica, “artevista” e milituda. Fala inglês, francês e espanhol. Também é faxineira. Ela é a vontade humana de dar vez e voz as mulheres pretas e trans. Ela é negra, sagitariana, enfezada e trans, uma mulher que quer tudo ao mesmo tempo. Uma mulher que é tudo que quiser.”
Nesta entrevista para a série Ouvidoria, ela conta o que a inspira na criação e anuncia que vem livro por aí!
Confira aqui todas as entrevistas da série.
1. Quando e como começou tua carreira?
Informalmente aos 6 anos de idade, quando na escola venci o primeiro festival de música. Profissionalmente nos anos 2000, quando entrei para uma banda de baile no interior e comecei a ganhar dinheiro com isso.
2. Principais lançamentos:
-Memórias (2020)
-Ninguém te avisou (2020)
-Controversa (participação no single de Adriana Deffentti)
-Esmalte velho (2017)
3. Como você descreveria sua essência enquanto artista?
Mutante. Que se adapta aos seu tempo! Nosso trabalho é servir a cultura com sensibilidade e contribuir na formação do amor no coração das pessoas.
4. O que mais irrita na cena cultural?
Falta de coleguismo, e esse medo imbecil que coloca nós artistas como inimigos e concorrentes uns dos outros.
5. Quais qualidades são imprescindíveis a um artista?
Humildade e vontade de aprender sempre.
6. Qual o momento de maior dificuldade que já passou na carreira?
Um só? (risos). Talvez quando tive de me afastar do palco para cuidar da minha saúde (descobri um câncer em 2019).
7. E de maior felicidade?
Cantar em Paris para uma plateia de brasileiros emocionados.
8. Um artista não deve… esquecer que ele só é o que é pelo público.
9. Cinco coisas que mais te inspiram a criar:
-o cotidiano
-o tempo
-a infância
-artistas da antiga
-o tempo
10. Acredita em arte sem política?
Nunca! A política está em tudo e a arte também!
11. Qual seria o melhor modelo de financiamento da arte?
Grandes empresários investindo o dinheiro que por direito é nosso!
12. Existe cultura gaúcha?
Existe cultura para algumas pessoas no Sul.
13. Que conselho você daria a Jair Bolsonaro?
Estude!
14. Todo artista tem de ir onde o povo está?
Em toda a circunstância! Se Milton Nascimento disse, quem sou eu pra discordar!
15. Ser brasileiro é… ser feliz e triste na mesma proporção!
16. O que você mudaria no jornalismo cultural?
A inclusão! Colocar diversidade é informar com diversidade!
17. Um livro: “Quarto de despejo”de Carolina Maria de Jesus ( mas logo sai o meu, hein??)
18. Um espetáculo: Entrega para Jezebel ( que eu protagonizei em 2019)
19. Um álbum: Falso Brilhante- Elis Regina (1988)
20. Um filme: ” O guarda-costas” (1992). Foi quando conheci e me apaixonei por Whitney Houston