Ouvidoria: 20 perguntas para Wander Wildner

Foto: arquivo pessoal

Desde março de 2020, quando ficou impossibilitado de fazer shows, Wander Wildner percebeu que precisava iniciar uma nova fase em sua vida e embarcou num intenso processo criativo. Articulou o programa WanWanShow, em seu canal do youtube, escreveu e lançou seu primeiro livro, Aventuras de um Punkbrega, e compôs as canções para o seu próximo álbum, Coração Selvagem.

Agora, para gravar e lançar o disco, cujo processo está sendo documentado e resultará também no DVD A Fonte Interior, que mostrará os bastidores dessa aventura, Wander montou um financiamento coletivo na plataforma Catarse para viabilizar o novo trabalho. Além do álbum Coração Selvagem, quem apoiar pode levar o DVD, camisetas, figurinos, vinhos, a versão do disco em vinil, WanWanShows, a guitarra Wandercaster e outras recompensas.

O projeto já conta com as participações dos parceiros musicais Jimi Joe, Gustavo Kaly e Juvenil Silva, que dividem com Wander a autoria de algumas músicas; Georgia Branco, Pitchu Ferraz e Rust Costa, participarão das gravações do disco, no estúdio de Thomas Dreher, em Porto Alegre; Allan Sieber é responsável pelas artes; Beto Zambonato, pelos figurinos; a divulgação de Bebê Baumgarten; e Karla Wildner na distribuição dessa iniciativa da Yeah Discos, Livros & Bugigangas.

Além dos cinco álbuns de estúdios lançados quando integrava a emblemática “Os Replicantes”, Wander lançou, até 2020, 12 álbuns em carreira solo. O músico participou da nossa série de entrevistas Ouvidoria, com pergunta fixas sobre o fazer artístico, cultura e sociedade.

Confira as outras entrevistas da série neste link.

Quando e como começou a sua carreira?

Eu conto detalhadamente como iniciei na vida artística no livro Aventuras de um Punkbrega, que lancei em junho passado. Foi quando saí do exército, no inicio de 1979, e comecei a conviver mais com os meus colegas de quartel, o Sergio Lerrer, que fazia cinema, o Pedro Santos, que fazia teatro, e o Carlos Gerbase, que fazia jornalismo e fotografia, e com quem, alguns anos depois, fizemos parte dos Replicantes.

Como você descreveria a sua essência enquanto artista? 

Minha essência é criar coisas novas!

O que mais te irrita na cena cultural?

Nada!

Quais qualidades são imprescindíveis para um artista?

Vontade de fazer o que quer, seguir seu caminho independente do que os outros pensam.

Qual o momento de maior dificuldade que já passou na carreira?

Prefiro trazer na memória só as coisas legais que acontecem.

E de maior felicidade?

A vida em si é uma felicidade constante. Respirar e seguir realizando meus desejos.

Um artista não deve…

Deixar de criar!

5 coisas que mais te inspiram a criar:

O amor, a natureza, os pássaros, as crianças e idéias novas.

Acredita em arte sem política?

Acredito em mim!

Qual seria o melhor modelo de financiamento da arte?

Eu uso o financiamento coletivo, foi como lancei meu livro. Agora estou lançando outro para produzir e gravar meu novo disco, Coração selvagem.

Existe cultura gaúcha?

Cultura é tudo que o ser humano faz.

Que conselho você daria a Jair Bolsonaro? 

Não dou conselho para ninguém.

Todo artista tem de ir aonde o povo está?

Gosto da imagem do artista levando suas criações para as pessoas. Estar em turnê é fundamental.

Ser brasileiro é…

Se achar que é brasileiro.

O que você mudaria no jornalismo cultural?

Nada.

Um livro: A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson

Um espetáculo: Trate-me Leão, do grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone

Um álbum: Fa-tal – Gal a Todo Vapor, de Gal Costa

Um filme: Bacurau, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

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