*Esta reportagem integra o projeto Jornalistas pelo Clima, realizado por Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Nonada e Matinal Jornalismo
Depois das enchentes de 2024, Porto Alegre acordou coberta por uma camada de silêncio e lixo. As ruas, antes apenas desiguais, tornaram-se valas abertas — misturando entulho, móveis e memórias. Em meio à lama, a proposta de sustentabilidade virou do avesso: os mesmos bairros periféricos recebendo o peso dos resíduos que o centro insiste em não enxergar.
Nos quatro meses que sucederam as enchentes de 2024, mais de 216 mil toneladas de resíduos foram recolhidas em Porto Alegre — o equivalente a quase seis meses de trabalho regular do sistema municipal de limpeza. Restos de casas, móveis, eletrodomésticos e árvores arrancadas se misturaram ao que antes sustentava o cotidiano de milhares de famílias. Parte desse material, cerca de 36 mil toneladas, foi enviada ao aterro de Santo Antônio da Patrulha; o restante, direcionado a Minas do Leão, quando o primeiro já não comportava o volume. Nos bota-esperas improvisados durante a crise, montanhas de detritos se ergueram em bairros periféricos — entre eles o Sarandi, na zona norte, onde 65 mil toneladas de resíduos permaneceram acumuladas até o fim do ano, segundo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).
O lixo, nesse cenário, não é apenas resíduo — é sintoma. Ele revela o que resta da cidade quando a água recua: o que se tenta esconder, o que se varre para fora do enquadramento. É a marca mais visível da desigualdade climática que o Rio Grande do Sul começa, custosamente, a reconhecer.
Enquanto o poder público discute concessões e contratos milionários, os catadores seguem limpando as ruas. “Se proibirem os carrinhos, vão ter que construir mais presídios”, disse Ismael, sem metáforas. A frase ecoa como síntese de uma injustiça que atravessa gerações: quem limpa a cidade continua sendo tratado como sujeira. Em Porto Alegre, ser catador é, muitas vezes, uma profissão herdada. Pais ensinam filhos a conhecer o valor do que é descartado, a transformar o resto em sustento. Apesar disso, políticas públicas ainda tratam o trabalho com desconfiança, como se o ofício da reciclagem fosse transitório, e não uma atividade essencial ao equilíbrio urbano e ambiental.
Reconhecer o catador como trabalhador é reconhecer o papel que ele exerce na manutenção da cidade e na mitigação dos impactos climáticos. É compreender que não há futuro sustentável sem justiça social. E que nenhuma política ambiental será completa enquanto aqueles que sustentam, com as próprias mãos, o ciclo dos resíduos, continuam invisíveis.
Nesta reportagem, você vai conhecer histórias de trabalhadores e trabalhadoras — Antônio, Janaina, Solange e Ismael — que, após a enchente histórica de 2024, lutam para seguir tirando sustento daquilo que o restante da população descarta e o poder público negligencia.

Antônio Carboneiro, o capitão
Quando chegou à Vila dos Papeleiros, há 25 anos, Antônio Carboneiro, hoje com 78 anos, lembra que a vila era um amontoado de barracos espremidos entre o trilho do trem e o arroio, um território sem nome. O lixo se acumulava nas esquinas e, sem coleta, virava chão. Antônio não era catador — até então. Chegou atrás de trabalho, trazido pelos dois filhos que já puxavam carrinhos pela cidade. “Eles diziam: pai, isso aqui dá dinheiro. Eu achei que fosse brincadeira. Um dia me deram um carrinho e disseram: agora o senhor puxa. Saí escondido, com vergonha de estar puxando lixo. Depois entendi que não era vergonha, era um trabalho digno como qualquer outro.”
Entre as montanhas de papel, Antônio encontrou o que chamaria de destino. Foi apresentado a irmãs maristas que atuavam na comunidade e a Edith, uma advogada que ajudava os moradores a reivindicar seus direitos. “Ela me levou para uma reunião do Orçamento Participativo e disse que botou meu nome para falar. Eu tremia. Nunca tinha segurado um microfone. Mas falei. Falei do rato, da barata, da falta d’água, da luz que não vinha. E naquele dia, botei essa vila no mapa.”
A partir dali, a Vila dos Papeleiros ganhou existência oficial. Em 2003, Antônio tornou-se o presidente da associação e símbolo de uma luta que transforma lixo em cidadania. “Uma irmã chegou e disse que eu era o Moisés que ia guiar o povo para a Terra Prometida. E eu acreditei. A partir dali, tudo que tem aqui — casa, rua, poste, água — tem um dedo meu.”
Carboneiro ajudou a fundar o galpão da Paraíba, referência na coleta e triagem de materiais recicláveis, e criou projetos que uniram cultura e reciclagem. O mais conhecido é o Carrinho-Biblioteca, um ponto de cultura itinerante que circulava pela cidade levando livros e histórias. “Eu catava livro na rua, limpava e guardava. Juntei mais de quinhentos. Um dia pensei: vou fazer uma biblioteca sobre rodas. E fiz.”
O carrinho virou símbolo da vila e ganhou o mundo: foi premiado em iniciativas de sustentabilidade, fotografado para exposições na França, Alemanha e Bélgica, e integrou o Museu dos Resgates, projeto comunitário que preserva a memória dos desastres enfrentados pela comunidade. “Meu carrinho rodou o mundo. Mas o DMLU veio e levou ele embora. Disseram que iam devolver, nunca devolveram. Roubaram minha história.”
Antônio perdeu uma perna há cinco anos, atropelado enquanto buscava o filho na escola. Hoje, aposentado por invalidez, vive com um benefício cortado devido a um erro no CADÚnico, e sustenta quatro pessoas com pouco mais de R$ 1.500 por mês. Ainda assim, segue ativo na comunidade, acompanhando o trabalho dos catadores e denunciando as ameaças da PPP do lixo. “A prefeitura diz que vai dar emprego para todo mundo, mas eu já fiz o curso, já trabalhei nas UTs, e sei que não dá. É uma promessa vazia. Se não deu certo comigo, que segui tudo direitinho, não vai dar com ninguém.”
Carboneiro gosta de lembrar que já viajou para muitos estados do Brasil e até para França, assim como a Vila dos Papeleiros já foi visitada por autoridades e jornalistas de todo o mundo. “Até o prefeito de Paris veio aqui, quando as casas estavam sendo construídas. Eu pude escolher a minha.”
A vida de Antônio é uma coleção de lutas e reconstruções. Ele sobreviveu a três sinistros: dois incêndios, em 2003 e 2012, e à enchente histórica de 2024. “Quando a água veio, eu disse que não ia sair. Sou o capitão deste barco, e o capitão afunda com o barco”, conta. Foi o filho quem o tirou de casa, no colo, e o colocou num carrinho de papeleiro para escapar da água que subia. “A prefeitura não veio. Foi o povo que se salvou. Queria poder reencontrar essas pessoas e dar um abraço.”

Irmãs Evinhas, pioneiras
Na zona norte, entre os entulhos ainda úmidos e o barulho da rodovia, as irmãs Janaína e Solange, conhecidas como as Evinhas, reerguem o galpão onde há mais de duas décadas reciclam o que Porto Alegre descarta. O apelido veio da mãe, dona Eva — pioneira entre as primeiras catadoras da capital. Com ela, as filhas aprenderam que cada lata e cada papel têm valor, e que do lixo se pode fazer casa, escola e até comunidade.
Elas começaram ainda meninas. “Eu tinha nove anos quando comecei a catar”, lembra Janaína, enquanto ajeita os plásticos para que o galpão fique bem na foto para a reportagem. “Era o que tinha. A mãe “puxava carrinho” e a gente ia junto.”
Foi também ao lado da mãe que conheceram Matilde Cecchin, figura histórica do movimento dos catadores e uma das articuladoras do primeiro sistema de triagem popular da cidade. Juntas, organizaram galpões, criaram cooperativas e participaram de projetos que inspirariam mais tarde políticas nacionais.
Mas o que o tempo construiu, a enchente destruiu. Em maio de 2024, o galpão das Evinhas, no bairro Navegantes, ficou submerso por semanas. “Perdemos tudo”, lamenta Solange. Durante os dias de alagamento, elas se abrigaram num caminhão estacionado em cima da ponte. Dormiam ali, de vigília, para impedir que saqueassem o pouco que restara. “Tinha gente levando materiais e equipamentos. Ficamos ali, cuidando, porque era o nosso trabalho que estava indo embora.”
Com apoio do Departamento Municipal de Habitação (DEHMAB), conseguiram reconstruir parte do galpão. Assim como antes das enchentes, seguem trabalhando com materiais vindos das Unidades de Triagem (UTs) da prefeitura — resíduos que já passaram pela coleta seletiva e seriam descartados. “A gente recebe o que a cidade não quis, e ainda faz milagre com isso”, diz Janaína.

As Evinhas também guardam outra história, mais antiga e menos contada. Elas participaram das filmagens de “Ilha das Flores” (1989), o curta-metragem de Jorge Furtado que se tornou símbolo da desigualdade brasileira. “O que ninguém diz”, conta Solange, “é que aquela cena das crianças comendo com os porcos foi montada. A gente separava a comida em sacos. Não era bem assim.”
O galpão das Evinhas ainda luta para se conveniar com a prefeitura. Por enquanto, o que chega até ali são materiais descartados pelas Unidades de Triagem já formalizadas, o que sobra do sistema ainda encontra destino nas mãos delas.
Em uma tarde de pouco movimento, o ambiente é de descontração. As colegas se reúnem em torno de uma revista de cruzadinhas, tentando resolver as palavras juntas enquanto o rádio toca ao fundo. “O rádio é o nosso melhor amigo aqui”, contam.
Ismael, médico da natureza
Na Vila dos Papeleiros, no bairro Humaitá, zona norte de Porto Alegre, o som metálico dos carrinhos empurrados pelas vielas anuncia o início do trabalho que sustenta boa parte das famílias dali. Ismael, 47 anos, preside a Associação Voluntários da Ecologia, criada para defender os galpões comunitários e os catadores autônomos.
“Quando eu cheguei aqui, em 1998, era tudo barraco. O lixo vinha e ninguém recolhia. A gente mesmo limpava o que podia”, conta. “Depois veio o incêndio, em 2003. Queimou tudo. Mas a enchente de 2024 foi pior. A prefeitura levou mais de um mês para limpar as ruas. A gente teve que ir pra imprensa conseguir ajuda.”
Depois que o Guaíba engoliu as margens da cidade, Ismael transformou sacos de garrafas PET em balsas improvisadas. “Fiquei três dias e três noites ajudando a tirar gente da água. Fiz balsa com os sacos, botei cachorro, botei criança, botei velho. Era guerra”, lembra.
O que restou foi resistência. Em um galpão na rua Paraíba, conhecido como Unidade de triagem da Vila dos Papeleiros, Ismael segue comprando e revendendo material reciclável de cerca de 150 carrinheiros autônomos. “Cada um traz o que consegue. A gente compra, separa, revende. Assim, eles ganham o dinheiro deles e a cadeia segue. Não tem apoio, mas tem dignidade.”

A proposta de Parceria Público-Privada dos Resíduos Sólidos (PPP) é fortemente contestada por catadores e ambientalistas. O modelo prevê a concessão dos serviços de triagem e destinação final para empresas privadas. “Essa PPP vai acabar com a nossa profissão. Tem 11 mil catadores em Porto Alegre. Se proibirem os carrinhos, vão ter que construir mais presídio. Porque o povo vai ser empurrado para fome e para o crime”, opina.
Ismael também denuncia o gasto público em estruturas que excluem quem vive da coleta. “O governo gastou R$ 84 milhões em contêineres que a gente chama de ‘anticatadores’. O buraco é pequeno, o catador não consegue tirar nada de dentro.”
Para Ismael, o trabalho dos catadores continua invisível, embora essencial. “Educação ambiental deve começar em casa”, afirma. “As pessoas precisam entender que lixo também é fonte de renda.” Mesmo diante da criminalização e da precariedade, Ismael fala com firmeza: “A gente é médico da natureza. Faz o trabalho que o poder público não faz. Se a gente parar, Porto Alegre afunda no lixo.”
Lixo, um marcador do colapso
Porto Alegre sempre se orgulhou de ter sido uma das primeiras capitais do país a implantar a coleta seletiva, ainda nos anos 1990, graças a iniciativas pioneiras como as das irmãs maristas e das primeiras catadoras da Ilha dos Marinheiros — entre elas, as Evinhas, que fundaram o primeiro galpão de reciclagem do Estado. Mas o que começou como símbolo de cidadania ambiental, com o tempo, foi sendo corroído pela descontinuidade política e pela privatização crescente da limpeza urbana.
Hoje, a cidade que um dia foi exemplo convive com o maior colapso de gestão de resíduos da sua história recente. Segundo o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (DMLU, 2023), Porto Alegre produz cerca de 1,3 mil toneladas de lixo por dia, das quais apenas 3% são efetivamente recicladas. O restante segue para o aterro de Minas do Leão, a 120 quilômetros da capital, num modelo caro e ambientalmente insustentável.

Em bairros periféricos, como Rubem Berta, Restinga e Ilhas, a coleta falha e os resíduos se acumulam em ruas e encostas, contaminando o solo e os cursos d’água. De acordo com o Instituto Veredas, o perfil dos catadores brasileiros revela o que o lixo tenta esconder: 70% são pessoas negras, 60% mulheres e 76% têm o ensino fundamental incompleto. A maioria vive em áreas de vulnerabilidade e atua em condições precárias, sem equipamentos de segurança ou estabilidade de renda. A pesquisa também aponta que a renda média de um catador é inferior a um salário mínimo, e 8 em cada 10 não têm acesso a políticas públicas de saúde e assistência, evidência de que a exclusão desses trabalhadores é estrutural e atravessa o próprio desenho das cidades.
Para o professor Maurício Paixão, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, o que Porto Alegre viveu em 2024 não foi apenas uma enchente, mas um desastre social e político — resultado de décadas de abandono, falta de manutenção e descontinuidade nas políticas de prevenção. Ele lembra que o sistema de proteção contra cheias da cidade, embora eficaz em sua concepção, “foi deixado envelhecer”. As falhas que paralisaram as bombas e os diques, segundo ele, não nasceram do acaso, mas da negligência. O lixo, nesse contexto, é um marcador evidente do colapso: “a rede de drenagem ficou entupida de resíduos”, diz o pesquisador, explicando que o entulho acumulado após a cheia agravou alagamentos em chuvas comuns, que hoje causam danos onde antes não havia risco.
Mas o problema, alerta Paixão, vai além da engenharia. Ele vê no mapa da enchente um retrato da desigualdade racial. As áreas mais afetadas — Arquipélago, Sarandi, Humaitá e São Geraldo — são também aquelas com os maiores índices de população negra da capital. “O desastre não foi democrático”, afirma. “Atingiu todos, mas a capacidade de recuperação é diferente.” Para o professor, esse desequilíbrio expressa uma forma de racismo ambiental: os locais onde o lixo se acumulou, onde a limpeza demorou a chegar e onde o poder público foi mais ausente são, em sua maioria, territórios periféricos e de população negra. “Enquanto o Menino Deus parecia nunca ter sido inundado poucas semanas depois, o Sarandi ainda respirava o cheiro da lama.”
Ele defende que enfrentar o racismo ambiental exige diversidade nos espaços de decisão e uma mudança de perspectiva: “quanto mais diverso for o ambiente de gestão, mais rica é a solução — como em qualquer ecossistema”. Para Paixão, o caminho passa por educação ambiental de base e reconhecimento dos catadores como agentes ambientais essenciais, com direito à previdência e políticas públicas específicas.
A cronologia da reciclagem em Porto Alegre
1990 – Início oficial da coleta seletiva em Porto Alegre
Em 7 de julho de 1990, Porto Alegre implantou o primeiro programa público de coleta seletiva de resíduos recicláveis do Brasil, em um projeto-piloto no bairro Bom Fim, sob coordenação do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). O modelo tornou-se referência nacional, com participação ativa de catadores e organizações comunitárias.
Anos 1990 – Formação das primeiras cooperativas e parcerias sociais
Durante a década, o DMLU consolidou a coleta seletiva como política pública e iniciou convênios com Unidades de Triagem (UTs), operadas por associações e cooperativas de catadores. O foco era unir geração de renda, inclusão social e redução de resíduos enviados ao aterro.
Anos 2000 – Expansão e desafios do modelo comunitário
Com os governos participativos, a cidade chegou a ter diversas UTs distribuídas pelos bairros, fortalecendo a economia solidária. No entanto, a partir do fim da década, surgiram conflitos urbanos relacionados à circulação de carroças e carrinhos, o que afetou parte dos catadores independentes.
2010–2015 – Dificuldades operacionais e perda de regularidade
Relatórios e reportagens apontam queda na regularidade da coleta seletiva e dificuldades de infraestrutura nas UTs, que dependem do apoio técnico e logístico do DMLU. Muitas famílias permaneceram na reciclagem informal.
2020–2024 – Crise ambiental e debate sobre a PPP dos resíduos
O município propôs uma Parceria Público-Privada (PPP) para o sistema de limpeza urbana e gestão de resíduos, incluindo coleta, triagem e transporte. O projeto gerou mobilização de catadores e ambientalistas, preocupados com a possível exclusão das cooperativas.
As enchentes de 2024 agravaram a situação: várias Unidades de Triagem sofreram danos e interrupções temporárias, revelando a dependência da cidade em relação ao trabalho dos catadores para manter a reciclagem ativa.
Como funciona o ciclo do lixo em Porto Alegre
Geração de resíduos
Porto Alegre produz cerca de 1.750 toneladas de resíduos sólidos por dia, incluindo lixo comum e recicláveis. Estimativas indicam potencial médio em torno de 0,9 a 1,1 kg por habitante/dia, embora o dado varie conforme o cálculo.
Coleta
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) organiza duas frentes principais:
Coleta domiciliar: resíduos comuns, realizada em 100% das ruas da cidade pelo menos três vezes por semana.
Coleta seletiva: para recicláveis, com rotas semanais. O serviço atinge todos os bairros onde os caminhões conseguem circular, embora a frequência e a regularidade variem.
(fonte: https://prefeitura.poa.br/carta-de-servicos/coleta-domiciliar-de-residuos)
Triagem
O material reciclável é encaminhado para as 17 Unidades de Triagem conveniadas, geridas por cooperativas e associações. Juntas, essas UTs reúnem cerca de 500 trabalhadores, responsáveis pela separação e comercialização dos recicláveis. Parte delas foi afetada pelas enchentes de 2024.
Destino
Os resíduos orgânicos e rejeitos não recicláveis seguem para o Aterro Sanitário de Minas do Leão, a cerca de 80 km da capital. O material permanece confinado por décadas, sem reaproveitamento.
Catadores e cooperativas
São o elo essencial da reciclagem em Porto Alegre. Atuando nas UTs ou de forma autônoma, realizam grande parte da recuperação efetiva de materiais, embora ainda enfrentem precarização, falta de reconhecimento formal e apoio técnico limitado.
