O multi premiado escritor de ficção científica Ray Bradbury morreu nesta terça-feira, aos 91 anos. O autor das Crônicas Marcianas e de Fahrenheit 451 morreu em consequência de uma doença de que, segundo a família, ele já sofria há muito tempo. Segundo nota de sua editora, a HarperCollins, Bradbury teve uma morte pacífica.
Autor de 27 romances e coletâneas e mais de 600 contos, Bradbury é muitas vezes creditado por elevar o gênero da ficção científica, ajudando a diminuir o preconceito de “literatura menor” que muitos críticos literários tinham (e ainda têm). Fortemente influenciado por Júlio Verne, Edgar Rice Burroughs e HG Wells, o escritor acabou sendo mais influente que seus ídolos, por seu estilo imaginativo de descrever mundos temporal e espacialmente distantes com a familiaridade e naturalidade de quem descreve seu caminho de casa ao trabalho.
Bradbury, no entanto, não se considerava um escritor de ficção científica. Em entrevistas, dizia que escreveu apenas um livro de ficção científica, Fahrenheit 451, sendo todos os outros de fantasia. A diferença, para ele, era que históricas fantásticas são coisas que não podem acontecer, já histórias de ficção científica podem.
Fã de quadrinhos (sua obra sofre grande influência do gênero), Bradbury era contra computadores e videogames, e seguido falava mal da internet em entrevistas, dizendo que era uma invenção de empresas de tecnologia e informática para enganar as pessoas. Adepto da ciência, tinha certeza (ou no mínimo esperança) de que o homem algum dia ia pisar em Marte.
Em mais de setenta anos de carreira, o escritor, que também trabalhou roteirizando séries de TV, influenciou, além de outros autores do gênero, diretores de cinema, músicos, artistas, além, de, é claro, diversos cientistas.