O furor e a doçura de Humberto Gessinger

Texto: Ananda Zambi

Foto: João Vicente Ribas

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“Qual é o show que vai ter hoje?”, pergunta-me o taxista. Eu respondo e ele se justifica: “porque o trânsito está movimentado”. E, sim, era por causa do show do Humberto Gessinger no Opinião desta quinta-feira. Das várias vezes em que fui lá, nunca vi a casa de shows tão lotada.

Às onze horas da noite, Gessinger, Tavares e Bizogno entram em cena e logo mandam uma das músicas mais queridas da extinta banda Engenheiros do Hawaii: Até o Fim. Mesclando canções novas do disco Insular (lançado em 2013) e antigos sucessos, as duas horas de show fluíram com vigor e seguiram fielmente o DVD ao vivo gravado em Belo Horizonte no ano passado e lançado este ano.

O primeiro momento de destaque é o solo de baixo que Humberto faz no single Tudo Está Parado. A plateia, claro, vibra. Na música Eu que Não Amo Você, outro momento especial: o primeiro coro do público da noite. Uma letra e uma melodia forte dessas nunca passa despercebida.

Entre solo de bateria em Deserto Freezer e vários de guitarra do ex-Fresno Tavares durante todo o show, a agressividade dos instrumentos elétricos dá lugar à percussão e ao acordeom, e assim começa uma sessão de belas versões acústicas, incluindo a música Somos Quem Podemos Ser. A passagem de uma música para outra era, muitas vezes, feita com sintetizador, o que fez o show ficar mais original e interessante.

Um dos melhores momentos é quando Humberto toca Pra Ser Sincero, quando pequenas luzes se acendem no cenário do palco. O público canta junto, emocionado. A música, que fala sobre o que resta depois de um término de relacionamento, nada mais é do que uma história que acontece na vida de todos nós.

O bis fica por conta de Refrão de um Bolero, Toda Forma de Poder e Infinita Highway, mega sucessos da época do Engenheiros que inspiram, hoje e sempre, gente de todas as idades. E é assim que o versátil Humberto Gessinger conquista tantos fãs: furor e doçura nos momentos necessários e na medida certa.

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