Após o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco na última quarta-feira (14), uma multidão protestou contra a sua execução em Porto Alegre na noite de quinta (16). Marielle, mulher, negra, lésbica, favelada, mãe, foi assassinada numa emboscada dias após ter feito uma denúncia publicamente em suas redes sociais contra a violência de policiais militares nas comunidades do RJ, atuação que já vinha fiscalizando enquanto parlamentar há tempos. Ela tinha acabado de ter sido nomeada relatora da Comissão de Intervenção na Câmara do RJ. Seu motorista, Anderson Gomes, também acabou sendo vítima da execução.
Movimentos sociais negros e não-negros caminharam da Esquina do Zaire (Democrática) ao Largo Zumbi dos Palmares. Poemas e músicas como “O Canto das Três Raças” foram revezados entre as falas. “Marielle morreu porque era negra; porque era mulher; porque era mãe, porque era mulher de axé”, disse a Ialorixá e secretária executiva do Conselho do Povo de Terreiro do Estado do Rio Grande do Sul, Sandrali de Campos Bueno. O ato seguiu protestando contra o genocídio do povo negro e também contra a intervenção federal militar no RJ. “Que hipocrisia, a PM mata preto todo dia” e “Acabou o amor, isso aqui vai virar Palmares” foram alguns dos gritos de guerra. No largo Zumbi, os manifestantes acenderam velas em homenagem às vítimas Marielle e Anderson.
Confira a reportagem fotográfica de Carol Ferraz.