Coletivo de cinema Macumba Lab denuncia ataque racista sofrido por integrante em Porto Alegre

Foto: Roberto Parizotti

O coletivo Macumba LAB, formado por profissionais negros do audiovisual do Rio Grande do Sul, publicou nota nas redes sociais denunciando o ataque sofrido na quinta-feira (12) a Jeferson Silva, integrante do coletivo. O produtor foi ameaçado com uma arma de fogo apontada para ele por um homem que disse ser policial a paisana. O caso ocorreu no shopping Rua da Praia, que ainda não se pronunciou sobre o caso. 

Por Coletivo Macumba LAB

Ser negro no Brasil é não ter um dia de paz. ⁣

Na tarde desta quinta-feira (12), Jeferson Silva, jovem produtor de cinema e integrante do Coletivo Macumba Lab, teve sua vida ameaçada. Foi perseguido por um segurança/policial à paisana que afirmou trabalhar para a Loja Lebes , no Rua da Praia Shopping, no centro de Porto Alegre. Sob a ameaça de uma arma de fogo, Jeferson teve que provar que não estava fazendo nada de errado. Mas qual seria o erro dele? Existir sendo um jovem negro num espaço elitizado da cidade? ⁣

Somos um coletivo de profissionais pretos do audiovisual gaúcho e lutamos por espaço no mercado de trabalho, por valorização e democratização da nossa arte. Antes de tudo, porém, lutamos por nossa existência. Existência que é ameaçada cotidianamente, às vezes de forma simbólica e, às vezes, em atentado concreto às nossas vidas, como ao nos depararmos com uma arma sendo apontada em nossa direção numa tarde de quinta-feira. ⁣

Há um genocídio em curso no Brasil. Uma política de morte cujo objetivo é apagar jovens como Jeferson. Não faz nem 1 ano, nessa mesma cidade, João Alberto Silveira Freitas, foi morto covardemente dentro do Carrefour. Quantas mortes vão ser necessárias para que essa guerra acabe?⁣

Exigimos do governo do Estado do Rio Grande do Sul e da Brigada Militar a identificação e punição do servidor responsável por essa violência contra Jeferson Silva. Exigimos uma resposta das Lojas Lebes e do Rua da Praia Shopping. ⁣

“Vidas Negras Importam” não pode ser apenas um bordão vazio entoado em novembro. É preciso gritar e agir para que vidas negras sejam preservadas e protegidas. Hoje e todos os dias. ⁣

Existir não é crime. ⁣
Racismo é crime. ⁣

Exigimos Justiça! ⁣

Compartilhe
Ler mais sobre
Destaque racismo
Ler mais sobre
Direitos humanos Notícias Políticas culturais

Unesco sugere salário mínimo a todos os trabalhadores da cultura

Direitos humanos Entrevista

“As cidades brasileiras foram pensadas para os brancos não serem incomodados”, diz pesquisador