A versatilidade de Zaz: um “cadeau” da francesa aos porto-alegrenses

Fotos: Mariana Gil

Na última quinta-feira, 19 de março, a francesa Zaz se apresentou em Porto Alegre, atraindo um público que lotou o Auditório Oi Araújo Vianna. O repertório do show confirmou a versatilidade de estilos da cantora, conhecida por mesclar ritmos como jazz, pop e até mesmo a famosa “chanson” francesa. Esta foi a primeira apresentação de Zaz na capital. No ano passado, ela já havia passado por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

Cantora francesa apresenta-se pela primeira vez em Porto Alegre
Foi o primeiro show da cantora francesa em Porto Alegre

Com 34 anos, Isabelle Geoffroy, nome de batismo da cantora, é uma das revelações da nova geração da música francesa.  Apesar da carreira razoavelmente recente, Zaz já tem três discos lançados: Zaz (2010), Recto Verso (2013) e Paris (2015). O anúncio era de que ela apresentaria as canções do último disco, um tributo à capital francesa, mas o público pode se divertir com músicas de todos os álbuns.

Desde a primeira canção, o hit On Ira, de Recto Verso, Zaz manteve a plateia animada, ainda que esta não tivesse necessariamente familiaridade com as letras das canções, possivelmente por causa do idioma. A primeira parte do show concentrou-se basicamente nos dois primeiros discos da cantora, com músicas como Cette Journée e La Fée. A qualidade e a técnica vocais de Zaz ficaram bastante evidentes na melancólica – e arrepiante – Eblouie par la nuit. 

Com seu timbre grave, Zaz apresentou canções dos três discos de sua carreira
Com seu timbre grave, Zaz apresentou canções dos três discos de sua carreira

A banda que acompanhava Zaz também foi responsável por garantir a euforia do público. Além de chamar a plateia para a dança, os músicos seguraram o show em momentos apenas instrumentais e nos intervalos em que a cantora saía para mudar de figurino.

Com um vestido preto que remetia aos trajes franceses das primeiras décadas do século passado, Zaz deu início à segunda parte do show, com destaque ao seu álbum mais recente. Sous le ciel de Paris, imortalizada na voz de Édith Piaf, e Paris sera toujours Paris, popularizada por Maurice Chevalier, receberam uma roupagem mais contemporânea, com arranjos mais descontraídos.

Músicos da banda da cantora em momento instrumental
Músicos da banda da cantora em momento instrumental

Após algumas tentativas frustradas de se comunicar em português, Zaz ofereceu ao público o que chamou de um “cadeau”: uma versão de Samba em prelúdio, música de Vinicius de Moraes, foi o presente, que confirmou o gosto da cantora pela música brasileira. Depois da surpresa, Zaz retornou aos seus dois primeiros discos.

Les Passants e Comme ci, Comme ça foram algumas das canções que agitaram o público até o seu encerramento, com a bem conhecida Je Veux, havendo quem tentasse cantá-la, já com mais intensidade, junto com Zaz. O bis talvez tenha sido a única parte do show que deixou a desejar. No lugar (ou além) de Dans ma rue, poderia muito bem ter entrado, por exemplo, a dançante versão de Zaz para a clássica francesa J’ai deux amours, presente no disco Paris.

 

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