![boogarins](http://www.nonada.com.br/wp-content/uploads/2015/05/boogarins.jpg)
Fotos: Ita Pritsch
Porto Alegre viveu uma daquelas noites raras em 29 de abril. Em plena quarta-feira, o bar Opinião recebeu um minifestival chamado Brgmota Nights, trazendo artistas da cena independente local e nacional. A casa não estava completamente lotada, mas é de se louvar que ainda exista gente que prestigie shows alternativos no meio da semana, mesmo que eles acabem depois das duas da manhã.
O conjunto da obra agradou, mas podia-se constatar que cada um tinha seu favorito ali. Com topetes e visual estilo rock anos 50, os fãs do paulista Thiago Pethit marcaram presença. Mas, em conversas informais, percebia-se que grande parte do público estava ali para ver a banda Boogarins. Muitos, inclusive, se surpreenderam pelo fato de os goianos serem a atração de abertura.
![jalva](http://www.nonada.com.br/wp-content/uploads/2015/05/jalva.jpg)
Hierarquias à parte, Dinho Almeida (vocal e guitarra), Benke Ferraz (guitarra), Raphael Vaz (baixo) e Ynaiã Benthroldo (bateria) fizeram seu show com a competência de sempre, deixando de queixo caído aqueles que ainda não os tinham visto ao vivo – e também os que já tinham. Destaques da apresentação, “Lucifernandes” e a indefectível “Doce” deveriam ser precedidas de um aviso de “conteúdo altamente lisérgico”. LSD ou Boogarins, você decide.
Assim como a Boogarins, a gaúcha Wannabe Jalva vem acumulando boas experiências em festivais e abrindo para bandas renomadas. Recentemente, com a música “Down by the Sea”, alcançou 71% dos votos no reality show Superstar, da rede Globo, mas ficou para a repescagem. Com uma apresentação já bem conhecida dos porto-alegrenses, a Jalva tocou canções antigas e algumas mais recentes, como “Miracle”. Um show impecável tecnicamente, mas havia algo faltando, talvez maior interação. Quem já viu sabe que eles podem mais.
![pethit](http://www.nonada.com.br/wp-content/uploads/2015/05/pethit.jpg)
Bom de papo (como você pode conferir nesta entrevista), Thiago Pethit subiu ao palco para mostrar suas habilidades no palco. O rock apresentado por ele não é exatamente uma novidade, e sim uma mescla de influências dos anos 60 e 70, não por acaso as décadas mais prolíferas para o estilo. Ainda assim, funciona bem dentro da proposta de Pethit de resgatar um período em que rock’n’roll não era sinônimo de caretice. Dois momentos emblemáticos da apresentação: primeiro, quando o cara canta “Quero Ser seu Cão”, chega na beira do palco e se insinua para um rapaz loiro da plateia, quase beijando-o; segundo, quando encerra o show com a música que o inspirou – “I wanna Be your Dog”, dos Stooges –, tascando um beijaço de língua no mesmo fã. Quer algo mais rock’n’roll que isso?
Torçamos para que o Brgmota Nights tenha continuidade, e o “S” em nights dá a entender que sim. Porto Alegre precisa de eventos como esse, mesmo durante a semana e varando a madrugada.
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