Thaís Seganfredo A aspereza dos traços de giz riscando o quadro negro prenuncia a reconstituição que se dá ao longo de um dos mais importantes documentários lançados recentemente no Brasil. Presas políticas durante a ditadura militar, mulheres como a fotógrafa Nair Benedicto e a presidenta Dilma Rouseff tentam ilustrar no quadro como era a Torre das

Thaís Seganfredo Das obras artísticas recentes no Brasil, algumas têm se voltado a revisitar os cenários rurais e a ampla diversidade de quem vive nesses territórios. Na literatura, Itamar Vieira Junior tem se destacado com um dos melhores livros dos últimos anos. Torto Arado (Todavia, 2019) já está na lista das grandes obras brasileiras que

Paola Mallmann* Embora de autores diferentes, dois documentários brasileiros recentes dialogam na busca por visibilizar parte da cosmovisão de diferentes povos indígenas: “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, direção de João Salaviza e Renée Nader Messora; e “Ex-Pajé”, de Luis Bolognesi. Nas obras, é possível perceber a narrativa centrada na relação indígena com o

Ronald Augusto (*) [1] Marlírico é um livro de poesia, de poemas? À primeira vista, sim, já que, afinal de contas, todo o conjunto se encontra, ao menos nominalmente, dentro dos limites do gênero – e as informações da ficha catalográfica, inclusive, cumprem função afirmativa quanto a isso, pois ali se lê “poesia” –, mesmo assim, em

Se Jair Bolsonaro entrasse em uma sala de cinema que estivesse exibindo Bacurau, sairia no mínimo horrorizado. Afinal, como pretende nossa utópica Constituição, todo o poder emana do povo no sertão de Bacurau, povoado calcado na força, na diversidade, na cultura. O longa é muitos filmes em um só, inclusive um ensaio-manifesto contra a violência

Há como responder racionalmente a algo basicamente emocional? Começo com essa indagação porque é difícil escrever sobre um show como o de Kamasi Washington, considerado “embaixador do jazz”, e sua excelente banda neste 26 de março, de 2019, no bar Opinião, em Porto Alegre, sem acabar apelando para o que senti e o que presenciei. Encontrando

por Thayse Ribeiro Eu já havia assistido a Roma duas vezes em casa. Todavia, a emoção da sala escura  do cinema e de dividir a experiência com as pessoas que ali estavam foi imensamente melhor do que o meu testemunho solitário em casa. Em uma noite chuvosa de quinta-feira, após a longa espera na fila

Como se reinventa uma obra que sempre colocou o dedo na ferida da ditadura militar ainda em pleno regime e é encenada agora em um novo momento,  quando temos um defensor da tortura como presidente do Brasil? Há 36 anos em cartaz, Bailei na Curva continua levando bastante gente ao teatro, como constatamos em uma das